GES estuda entrada no mercado brasileiro das concessões rodoviárias com a Mota-Engil
Bordeús, França, 11 Fev (Lusa) - O Grupo Espírito Santos (GES) está a estudar a entrada no mercado brasileiro das concessões rodoviárias, juntamente com a construtora portuguesa Mota-Engil, revelou hoje o presidente do BES Investimento Brasil.
O GES, através da ES Concessões, que formou em parceria com a Mota-Engil em 2007, "está a estudar a possibilidade de tomar participações em concessões rodoviárias", disse Ricardo Espírito Santo, num encontro com jornalistas, em Bordeús.
Para já, o BESI Brasil actua na assessoria a estruturação das operações, sendo uma das áreas de negócio em que aposta em 2008 e nos próximos anos.
Espírito Santo alerta que "terá de haver muito cuidado para não haver conflito de interesses com clientes", mas afiança que a opção "está a ser estudada".
Na iniciativa do governo brasileiro PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) para o período 2007-2010, com um valor total de 189,1 mil milhões de euros, estão previstos 64,1 mil milhões de euros para projectos de infra-estruturas no país.
Importante, também, neste contexto, e a olhar para a actividade de "project-finance" do BESI Brasil, foi o fortalecimento dos capitais próprios do banco, que quase duplicaram em 2007, para 80,9 milhões de euros.
Ricardo Espírito Santo salientou ainda as vantagens, para a actividade do BESI Brasil, da recente entrada em funcionamento do banco de investimento do BES nos Estados Unidos.
"Cerca de 70 por cento dos títulos [de operações de dispersão de capitais de empresas no Brasil] são colocadas fora do Brasil, maioritariamente nos Estados Unidos e, em menor parte, também em Espanha e Portugal", dai a importância para o BESI Brasil da presença nos Estados Unidos do banco de investimento do grupo em que está integrado, frisou Ricardo Espírito Santo.
Em 2007, o BESI Brasil participou em 15 ofertas de acções, 12 IPO (ofertas públicas iniciais) e 3 fallow-up operações com um volume total de 13,8 mil milhões de reais, mais do que o volume conseguido com a actuação nesta área nos três anos anteriores.
Outro interface importante é a presença do BES Investimento em Espanha, já que "a participação dos países ibéricos no investimento directo estrangeiro no Brasil é crescente", tendo alcançado em 2007 cerca de 8,0 por cento do total, dos quais 6 por cento de Espanha e 2,0 por cento de Portugal, referiu o executivo.
Cerca de 18 mil milhões de euros é o valor estimado para o investimento directo estrangeiro no Brasil em 2008.
ANP.
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