Ghislaine Maxwell recusa responder a perguntas do Congresso sobre Epstein
Ghislaine Maxwell, ex-companheira e cúmplice do falecido pedófilo e criminoso sexual Jeffrey Epstein, vai recusar-se a responder a perguntas na investigação da Câmara dos Representantes sobre o caso, revelou esta noite o senador republicano James Comer.
Comer, que preside à Comissão de Supervisão, adiantou aos meios de comunicação social norte-americanos que Maxwell invocará o seu direito à Quinta Emenda contra a autoincriminação em resposta a uma intimação emitida pela câmara baixa do Congresso.
A medida foi anunciada pela equipa jurídica de Maxwell. Atualmente, está numa prisão federal no Texas, a cumprir uma pena de 20 anos pelo seu envolvimento nos crimes sexuais de Epstein.
"Os seus advogados responderam que ela não responderá a nenhuma pergunta", explicou Comer.
Maxwell tinha sido convocada em julho e, inicialmente, a sua equipa jurídica, liderada pelo advogado David Oscar Markus, tinha declarado que estava disposta a responder às perguntas dos congressistas.
A mudança de postura de Maxwell em relação à sua recusa em cooperar com a investigação do Congresso surge dois dias depois de o Presidente Donald Trump ter sancionado o projeto de lei aprovado pelo Congresso para divulgar os ficheiros de Epstein, que deverão ser tornados públicos no prazo de 30 dias, segundo o Departamento de Justiça.
A pressão sobre o presidente em relação ao caso Epstein aumentou na semana passada, quando um grupo de congressistas democratas divulgou 20 mil novos ficheiros do caso, nos quais o criminoso sexual condenado afirmou, numa troca de e-mails com Maxwell, que Trump sabia dos seus crimes e que tinha passado horas com uma das vítimas.
Recentemente, Trump repetiu que não tinha "nada a ver com Jeffrey Epstein", descrevendo-o como um "pervertido doente".
Ambos figuras da alta sociedade nova-iorquina, os dois empresários eram amigos desde o final dos anos 80, até se desentenderem no início dos anos 2000, antes de serem instauradas, alguns anos mais tarde, acusações contra Epstein relacionadas com a organização de uma rede de exploração sexual de menores.
O Presidente norte-americano, que nunca foi acusado pela Justiça neste caso, opôs-se durante meses à proposta de lei de "transparência no caso Epstein". Porém, no último domingo, Trump revelou ter mudado de opinião, deixando claro que o texto seria aprovado sem problemas no Congresso, o que se confirmou.
Na semana passada, o líder republicano ordenou à secretária da Justiça, Pam Bondi, que abrisse uma investigação sobre a relação entre o financeiro e certas personalidades democratas, incluindo o ex-presidente Bill Clinton, ainda que a procuradoria do Ministério Público e a polícia federal de investigação (FBI) tivessem anunciado em julho que "não encontraram provas para fundamentar uma investigação contra pessoas até agora não processadas" no caso.
Questionada pela imprensa sobre o motivo das novas investigações pedidas por Trump, Pam Bondi afirmou na quarta-feira que eram justificadas por "novas informações", sem especificar quais.