Governador brasileiro aponta culpas a Air France e Airbus

O governador do Rio de Janeiro acusa a Air France e o fabricante aeronáutico Airbus de serem responsáveis pelo acidente de domingo passado com o voo AF447 Rio de Janeiro-Paris. Sérgio Cabral aponta para uma "falha técnica muito grave" na origem da queda do avião que levava a bordo 228 pessoas, entre passageiros e tripulantes.

RTP /
Buscas prosseguem para recuperar as partes do avião da air France Sebastião Moreira, EPA

"Acredito que as autoridades internacionais da aviação civil, a empresa fabricante do avião, e a companhia aérea proprietária da aeronave têm muito a explicar", acusa o governador, sustentando que "se há uma nota técnica de problemas no A-330 há responsabilidades civis sérias".

Falando aos jornalistas durante as cerimónias realizada na Igreja da Candelária do Rio de Janeiro em homenagem às vítimas, Sérgio Cabral defende que "isto não é uma tragédia natural. Não há uma explicação que não seja por uma falha técnica muito grave".

O avião da Air France que fazia a ligação Rio de Janeiro-Paris despenhou-se este domingo no Oceano Atlântico em circunstâncias que estão ainda por esclarecer. Entre os 228 desaparecidos estão 58 passageiros com passaporte brasileiro.

Recuperados primeiros destroços

Quatro dias após o desaparecimento do avião da Air France, foram recolhidos os primeiros destroços. Tratar-se-á de partes internas do A330: restos de cadeiras e material do compartimento das bagagens que foram recolhidos 500 km a Norte do arquipélago de Fernando Noronha por uma aeronave da Força Aérea brasileira.

"O helicóptero Lynx ao serviço da fragata Constituição fez a primeira recolha e transportou o material para o navio, para se avaliar se pertence ou não ao avião", explicou o brigadeiro-general Ramon Borges, director do Departamento de Controlo do Espaço Aéreo da Força Aérea Brasileira.

Ramon Borges acrescentou que os destroços vão agora ser transportados até Fernando Noronha e daí para a cidade de Recife, onde será colocado à disposição dos investigadores franceses.

O oficial acrescentou que "até agora não há informações de que tenham sido avistados corpos ou sobreviventes".

Encarregues das buscas estão três navios da Marinha brasileira, que mobilizou cinco embarcações para a área. Colaboram ainda nas buscas 10 aeronaves do Brasil, França, Espanha e Estados Unidos.

A Marinha brasileira concentrou as buscas no mar numa área circular com um raio de 120 milhas náuticas, em que o centro corresponde ao local onde a Força Aérea brasileira localizou segunda-feira uma faixa de cinco quilómetros com manchas de óleo e combustível. Esta área fica próxima das ilhas de São Pedro e São Paulo, formações rochosas desabitadas a cerca de 700 quilómetros do arquipélago de Fernando de Noronha.

 

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