Governo angolano cria Comissão Executiva de Desminagem
O governo angolano criou hoje a Comissão Executiva de Desminagem, à qual competirá localizar e destruir minas e assegurar a limpeza das áreas de reinstalação das populações deslocadas, por considerar "insuficiente" a actividade do Instituto Nacional de Desminagem (IND).
"A existência de grandes quantidades de minas e engenhos explosivos em todo o território nacional condiciona o processo de reconstrução nacional e de recuperação económica", refere o comunicado emitido no final da reunião da Comissão Permanente do Conselho de Ministros.
A decisão de criar a Comissão Executiva de Desminagem, um órgão de carácter operacional, foi tomada depois do executivo ter analisado o balanço das actividades realizadas entre Janeiro e Setembro pelo IND no âmbito do Plano Nacional de Desminagem, cuja actuação considerou "insuficiente".
O executivo angolano atribui "alta prioridade" ao plano nacional de desminagem, considerando que o nível de execução que for alcançado "condicionará o sucesso do processo eleitoral".
Nesse sentido, o governo pretende um "maior empenho e esforço" das entidades públicas e privadas na "identificação, delimitação, neutralização e limpeza das áreas afectadas por minas".
Na sequência de três décadas de conflitos armados, Angola é considerado um dos países mais minados do mundo, estimando-se que ainda permaneçam enterradas em todo o território cerca de cinco milhões de minas.
Dados oficiais referem que já foram encontradas em Angola 79 tipos diferentes de minas, provenientes de 21 países.
Até ao final de 2004, as acções de desminagem realizadas em Angola permitiram desactivar e destruir cerca de 36 mil minas anti-pessoal, 2.500 minas anti-tanque e 1,3 milhões de outros engenhos explosivos não detonados, como bombas, granadas e munições diversas.