Governo da Síria diz que não vai retirar tropas sem garantias da oposição

Damasco, 08 abr (Lusa) -- O regime do Presidente Bashar al-Assad não vai retirar as suas tropas das cidades sírias sem ter "garantias escritas" da oposição, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros sírio em comunicado.

Lusa /

"Dizer que a Síria vai retirar as suas forças das cidades a 10 de abril não é exato, (o emissário internacional) Kofi Annan não apresentou ainda garantias escritas da aceitação dos grupos terroristas armados de parar com todas as formas de violência", afirma o comunicado.

"Annan ainda não apresentou também compromissos escritos dos Governos do Qatar, Arábia Saudita e da Turquia sobre o fim do seu financiamento aos grupos terroristas", acrescenta.

Esses três países apoiaram fortemente a oposição nos últimos meses, tendo a Arábia Saudita e o Qatar afirmado mesmo que eram a favor do envio de armas aos rebeldes.

O plano para a saída da crise apresentado por Kofi Annan prevê a retirada do exército das cidades na terça-feira e o fim dos combates 48 horas mais tarde.

"A Síria não vai repetir o que aconteceu na presença de observadores árabes, quando as forças armadas estavam fora das cidades, o que permitiu aos grupos terroristas armados de se reorganizarem e de se rearmarem para controlarem bairros inteiros, cometendo todos os atos terroristas possíveis, matando e raptando pessoas e destruindo propriedade pública e privada", indica o texto.

Entretanto, o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, ameaçou tomar "medidas" se o regime sírio não respeitar a data limite de 10 de abril para acabar com a violência, afirmam hoje os media turcos.

"Vamos seguir pacientemente os acontecimentos até 10 de abril", disse sábado à noite Erdogan, segundo o jornal "Hurriyet".

"Vamos tomar medidas se a violência não parar", acrescentou.

O chefe do Governo não precisou que medidas poderá tomar a Turquia, país vizinho da Síria que está a receber um número crescente de refugiados sírios.

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