O governo espanhol, liderado por Pedro Sánchez, enfrenta esta terça-feira a segunda moção de censura da legislatura, uma iniciativa do partido de extrema-direita VOX encabeçada pelo ex-dirigente comunista Ramón Tamames, que se tornará automaticamente primeiro-ministro se a iniciativa for aprovada.
Governo de Pedro Sánchez enfrenta moção de censura
A moção de censura está porém, à partida, condenada ao fracasso, com apenas os 52 deputados do VOX a assumirem que votarão a favor e da anunciada abstenção dos 88 parlamentares do maior partido da oposição, o Partido Popular (PP, direita).
Na moção de censura anterior, também do VOX, em 2020, o PP votou contra pelo que a mudança de posição agora lhe está a valer acusações de aproximação à extrema-direita num ano em que Espanha tem eleições municipais, regionais e nacionais e em que o regresso do Partido Popular ao poder pode vir a depender de uma coligação.
O VOX avançou com esta moção de censura, segundo o texto da iniciativa, perante o que considera ser "a demolição" da ordem constitucional em Espanha por causa dos acordos de Sánchez com "forças separatistas”, numa referência a acordos dos partidos do Governo, que não têm maioria absoluta no Congresso, com forças nacionalistas e independentistas do País Basco e da Catalunha.