Governo espanhol coloca hospitais privados ao dispor do SNS

por Andreia Martins - RTP
Marta Perez - EPA

O executivo espanhol continua a tomar medidas sem precedentes na história recente de Espanha para fazer face à pandemia de Covid-19 que assola o país. No domingo, o Governo anunciou que os recursos dos hospitais privados vão ficar ao serviço de todas as comunidades autónomas e do Serviço Nacional de Saúde. Até esta segunda-feira estão confirmadas pelo menos 329 mortes e um total de 9.191 pessoas infetadas em território espanhol.

O ministro espanhol da Saúde, Salvador Illa, anunciou ainda que as comunidades autónomas, sob comando do seu Ministério, poderão transformar “todos os espaços públicos e privados” em locais de assistência, caso seja necessário.

As empresas com material sanitário terão de informar o executivo sobre o stock ao seu dispor até à próxima terça-feira, sendo que também devem comunicar sobre a capacidade de produção de fabrico de materiais como equipamentos de diagnóstico, máscaras, óculos de proteção, luvas, entre outros produtos necessários. As entidades que não o façam arriscam-se a pagar multas ou sanções ao Estado espanhol.

Com as novas medidas anunciadas, o Serviço Nacional de Saúde em Espanha vai ter ao seu dispor todos os recursos do país para o combate ao novo coronavírus.

Foi ainda anunciado que os alunos que estejam a finalizar o curso de Medicina, nas especialidades de medicina interna, cuidados intensivos e geriatria, entre outras, vão poder ajudar a reforçar a disponibilidade de recursos humanos nos centros de saúde espanhóis.

Até ao momento, os dados sobre a pandemia em Espanha estavam a ser divulgados não só pelo Governo de Madrid, mas também por cada uma das regiões e comunidades espanholas. A partir de agora, passa a ser somente o Ministério espanhol da Saúde, que fará esta atualização todos os dias a meio da manhã.

Foi também anunciado pelo ministro espanhol dos Transportes, José Luis Ábalos, que os transportes no país terão uma redução de pelo menos 50 por cento – transporte aéreo, marítimo e rodoviário – e de 85 por cento no caso da ferroviária Renfe – uma vez que deve ser acautelada uma distância segura entre os passageiros, o que diminui drasticamente a capacidade máxima de cada carruagem.

As comunidades autónomas podem estabelecer a redução que considerem apropriada no transporte público regional e urbano, desde que "garantam serviços básicos e que os cidadãos consigam chegar ao trabalho".

O ministro português da Administração Interna, Eduardo Cabrita, anunciou esta segunda-feira a suspensão das ligações aéreas e ferroviárias entre Portugal e Espanha e o controlo da fronteira terrestre entre os dois países até 15 de abril.

Depois da China, Itália e Irão, Espanha é neste momento um dos países do mundo mais afetados pela pandemia, com 329 mortes e um total de 9.191 pessoas infetadas.
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