Governo israelita confirma nomeação de Zini para chefe do Shin Bet

O governo israelita confirmou esta terça-feira a nomeação do general David Zini, proposto pelo Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu, para chefe do Shin Bet, o serviço de segurança interna de Israel.

Lusa /

"O governo aprovou por unanimidade a nomeação do general David Zini como chefe do Shin Bet para um mandato de cinco anos", afirmou o gabinete do chefe do executivo israelita em comunicado.

O nome já tinha sido validado a 25 de setembro pelo comité responsável pelas nomeações de altos responsáveis do Estado.

A decisão de Netanyahu, em maio, de nomear o general Zini para este cargo tinha sido considerada "ilegal" pela procuradora do Estado, mas a comissão decidiu ignorar essa decisão.

A confirmação da nomeação encerra, assim, saga em torno desta controversa escolha, uma vez que Netanyahu é suspeito de conflito de interesses na seleção do chefe do Shin Bet, devido a uma investigação do serviço sobre alguns dos seus colaboradores próximos, suspeitos de terem recebido subornos do Qatar, segundo a agência France-Presse (AFP).

Mas o comité Grunis, assim designado em homenagem ao juiz que o dirige, decidiu que "nenhum problema de integridade moral impede o primeiro-ministro de escolher um chefe do Shin Bet".

Na carta enviada a Netanyahu por este comité, é referido que David Zini não tem "problemas de integridade moral".

O general reformado terá sido um dos opositores às negociações para a libertação dos reféns e terá qualificado o conflito entre Israel e os militantes palestinianos como uma "guerra eterna", declarações que provocaram a ira dos familiares dos reféns.

Em contrapartida, a coligação de extrema-direita no Governo israelita saudou a escolha.

Membro do movimento sionista religioso de extrema-direita, Zini também foi objeto de uma atenção particular devido ao que os seus detratores qualificam de visão "messiânica", um rótulo que ele próprio assumiu num discurso proferido em junho. Este termo está ligado ao movimento de colonos que consideram que a Cisjordânia e a Faixa de Gaza ocupadas pertencem a Israel.

Filho de imigrantes vindos de França e neto de uma sobrevivente do campo de extermínio nazi de Auschwitz, o general Zini foi chefe do comando de formação do exército israelita e liderou o corpo do Estado-Maior geral.

A sua nomeação surge na sequência da demissão por Netanyahu do chefe do Shin Bet, Ronen Bar, após uma longa batalha com o procurador-geral.

Defendendo a sua escolha, Netanyahu declarou hoje que "a realidade após 07 de outubro exigia um novo chefe do Shin Bet vindo do exterior da organização", referindo-se à falha dos serviços de informação que precedeu o ataque sem precedentes levado a cabo pelo Hamas contra o sul de Israel em 2023.

O general Zini assumirá oficialmente as suas funções a 05 de outubro.

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