Governo japonês quer reduzir em 30% taxa de suicídios até 2025

por Lusa

O Governo japonês aprovou hoje um conjunto de medidas para tentar reduzir em 30%, num período de dez anos, a taxa de suicídios no país, a mais elevada entre as nações mais industrializadas do mundo (G7).

Num documento intitulado "Disposições gerais contra o suicídio", as autoridades referem que apesar da tendência de diminuição do número de suicídios nos últimos anos, são necessários esforços suplementares de prevenção.

De acordo com um relatório concluído em abril por uma comissão independente, a taxa de suicídios japonesa "continua a ser a mais elevada entre os sete países mais industrializados" do mundo [Estados Unidos, França, Alemanha, Reino Unido, Canadá, Itália e Japão].

Durante muito tempo, o Japão registou mais de 30 mil suicídios por ano, numa população de 127 milhões de habitantes. No ano passado, o número de suicídios diminuiu para 21.897 casos, mostrando uma tendência de recuo desde 2010.

Em 2015, a taxa de suicídios por 100 mil habitantes era de 18,5 contra 24,2 dez anos antes no Japão.

Em França, a taxa de suicídios era de 15,1, nos Estados Unidos 13,4, no Reino Unido 7,5, em Itália 7,2, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).

O objetivo do Governo japonês é reduzir esta taxa para 13 ou menos (por cada 100 mil habitantes) até 2025, ou seja, uma descida de 30% comparativamente a 2015.

Uma das principais dificuldades é diminuir os suicídios entre jovens de 20 anos, através de uma melhor prevenção nos estabelecimentos escolares e da deteção de sinais de sofrimento nas redes sociais, reforçando ao mesmo tempo a qualidade das relações humanas, indicaram os peritos da comissão.

Os especialistas sublinharam a necessidade de melhorar o ambiente laboral, sobretudo em relação aos jovens empregados: os recentes suicídios de uma funcionária da agência de publicidade Dentsu ou ainda do jovem operário do estaleiro de construção do estádio olímpico para os Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020, são ilustrativos deste problema.

A luta contra o assédio hierárquico é também referida como uma das medidas necessárias.

De acordo com o relatório, é necessária uma mobilização de proximidade para um maior acompanhamento de pessoas fragilizadas como jovens mães ou idosos.

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