Governo moçambicano obriga altas patentes da polícia a fazerem testes HIV-SIDA
O ministro do Interior de Moçambique, José Pacheco, ordenou às altas patentes da Polícia da República de Moçambique (PRM) que se submetam a testes de HIV/SIDA, para conhecer a taxa da doença no seio da corporação.
"É nossa preocupação saber do estado de saúde dos nossos homens, que sempre trabalharam em situações de risco na sua missão de garantir a ordem e segurança públicas", afirmou o vice-ministro do Interior, José Mandra, justificando a decisão do titular deste pelouro.
Numa primeira fase, receberam ordens para serem sujeitos ao teste o comandante-geral da PRM, os seus vices, directores nacionais de diferentes áreas do Ministério do Interior e todos os comandantes provinciais da corporação.
Mais tarde, serão também obrigados a efectuar o teste de HIV/SIDA os restantes membros da PRM, disse o vice-ministro do Interior, garantindo a disponibilidade da sua instituição para prestar assistência médica e medicamentosa a quem lhe for diagnosticada qualquer doença grave.
"Não é só para detectar e guardar, vamos ter que cuidar de todos os doentes", assegurou José Mandra.
Apesar deste posicionamento, a medida é considerada ilegal, à luz da lei moçambicana sobre o HIV/SIDA, que proíbe a realização de testes a trabalhadores ou candidatos a emprego sem o seu consentimento.
O HIV/SIDA é considerado pelos responsáveis da polícia moçambicana como uma das causas do enfraquecimento da capacidade humana da PRM, que perde anualmente centenas de membros devido à doença.
Citados pelo diário Noticías, de Maputo, generais não identificados da PRM manifestaram o seu desagrado com a medida, considerando-a ilegal e destinada a depurar as fileiras de pessoas com doenças, seja a SIDA ou outra.