Greenpeace pede ao México que abandone planos de construção de centrais nucleares
Cidade do México, 06 mar (Lusa) -- A organização ambientalista Greenpeace pediu hoje ao Governo mexicano que tenha em conta a crise na central nuclear de Fukushima, no Japão, e abandone os seus planos de construção de novas centrais.
"Hoje, que recordamos a tragédia de Fukushima, exortamos-vos a abandonarem os planos nucleares", refere o organismo numa missiva enviada ao ministro mexicano da Energia, Jordy Herrera.
A carta, entregue por um grupo de ativistas, salienta que o Ministério deu a conhecer recentemente os seus planos para construir duas novas centrais nucleares no México, além da que já existe em Laguna Verde, no estado de Veracruz.
O Governo mexicano anunciou recentemente a sua Estratégia Nacional de Energia 2012-2026, que contempla o rumo do desenvolvimento energético do país nos próximos 15 anos e inclui a possibilidade de construção de duas centrais nucleares.
A Greenpeace destaca na sua mensagem que a energia nuclear é "uma opção cara e de alto risco para gerar eletricidade e a sua contribuição para a mitigação do aquecimento global do planeta é mínima".
A organização ambientalista salientou ainda não existir nenhum problema técnico, energético ou económico que impeça deixar de lado a opção da energia nuclear e que o problema é apenas de "vontade política".
Abandonar a energia nuclear é a alternativa "mais desejável do ponto de vista da segurança e proteção do meio ambiente e da saúde", acrescentou.
A Greenpeace considera que o ministro da Energia tem a "responsabilidade de promover o bem-estar dos mexicanos e promover um futuro ambiental livre da energia nuclear, que seja seguro para as novas gerações".
Esta iniciativa surge no âmbito da campanha da Greenpeace lançada em 19 países para alertar sobre o risco que representa para milhões de pessoas os cerca de 400 reatores ativos em todo o mundo e para recordar o primeiro aniversário da crise nuclear no Japão.
A organização considera que a crise nuclear de Fukushima mostrou os perigos da energia nuclear, pelo que apela à substituição dos reatores "sujos, perigosos e terrivelmente caros" por energias renováveis.
O sismo e tsunami de 11 de março de 2011, que devastou o nordeste do Japão, causaram 15.853 mortos, 3.282 desaparecidos, segundo o último balanço oficial, além de ter causado em Fukushima a pior crise nuclear desde Chernobyl.
PNE.
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