Grupo paramilitar que matou sete inocentes inclui polícias no activo

Rio de Janeiro, 21 Ago (Lusa) - Vários polícias no activo fazem parte do grupo paramilitar que matou na quarta-feira sete pessoas inocentes numa favela do Rio de Janeiro, alegaram hoje as autoridades da cidade.

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Segundo o comissário Marcus Neves, da polícia do Rio de Janeiro, já foram identificados 10 dos 17 participantes que entraram a disparar indiscriminadamente no Bairro de Barbante, Campo Grande, na zona Oeste da cidade.

Segundo o comissário Marcus Neves, da polícia do Rio de Janeiro, já foram identificados 10 dos 17 participantes que entraram a disparar indiscriminadamente no Bairro de Barbante, Campo Grande, na zona Oeste da cidade.

Entre as pessoas identificadas e com ordem de detenção, estão pelo menos três membros da Polícia Militar, dois polícias civis e um bombeiro, acrescentou a mesma fonte.

Ainda de acordo com Marcus Neves, a ocupação da favela visava favorecer políticos vinculados à milícia e que são candidatos a cargos de vereador nas próximas eleições autárquicas, em Outubro, além de fazer recair a culpa nos narcotraficantes, que disputam o controlo das favelas.

O líder dos 17 participantes no massacre da favela Barbante seria o ex-polícia Luciano Guimarães, filho de um vereador do Rio de Janeiro, Jerónimo Guimarães, que já foi preso por comandar grupos paramilitares.

Segundo as autoridades policiais, o presumível chefe do grupo de milicianos da zona Oeste da Área Metropolitana do Rio de Janeiro, é o deputado regional Natalino Guimarães, preso há algumas semanas, irmão de Jerónimo e tio de Luciano Guimarães.

Estatísticas oficiais do governo do Estado do Rio de Janeiro indicam que as milícias controlam quase 200 favelas e tentam estender o seu domínio a novas áreas, especialmente a alguns dos 500 bairros dominados por narcotraficantes fortemente armados.

ER.

Lusa/Fim


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