Grupo sul-africano quer investir em Moçambique 87,7 ME em projeto turístico

Os sul-africanos da Singita pretendem investir 102 milhões de dólares (87,7 milhões de euros) num projeto turístico em Moçambique, nomeadamente um empreendimento com 60 camas na ilha de Santa Carolina, disse à Lusa fonte daquele grupo.

Lusa /

"O grupo Singita é quem vai investir 102 milhões de dólares no desenvolvimento do projeto turístico na Ilha Santa Carolina, numa parceria público-privada com o Instituto Nacional do Turismo [Inatur], que detém a concessão para exploração e desenvolvimento turístico da ilha", disse hoje à Lusa o responsável daquele grupo sul-africano.

Segundo Richard Baulene, o Estado não irá desembolsar qualquer valor de investimento para a ilha, localizada na província de Inhambane, entrando na parceria apenas com a concessão para exploração do empreendimento por um período de 25 anos.

Na proposta de projeto do Singita (sítio de milagres, na língua nacional changana), a que a Lusa teve hoje acesso, o grupo assinala que vai investir 60 milhões de dólares (51,6 milhões de euros) para desenvolver um empreendimento com capacidade de 60 camas naquela ilha, além de 42 milhões de dólares (36 milhões de euros) em projetos adicionais no Parque Nacional do Arquipélago de Bazaruto, que fica junto daquela área natural.

O investimento será "de capitais próprios" a concretizar em cinco anos, "contribuindo para o aumento da oferta turística de luxo naquela na província na ordem de 145 camas e criando 240 empregos diretos e 260 indiretos", lê-se também no documento.

 O grupo apresenta uma proposta, descreve-se, "devidamente enquadrada para projetos de turismo ecológico e sustentável de alto rendimento", com um conceito que integra a região a volta e "valorização" de elementos naturais existentes e um plano para o desenvolvimento de programas de restauração de recifes de coral, mangais e estatuários.

O grupo prevê ainda criar um Centro de Investigação Marinha em Vilankulos, cidade da mesma província, permitindo financiar iniciativas comunitárias para a conservação, monitorização, investigação marinha, educação e sensibilização ambiental e desenvolver projetos de investimentos, "incrementando os postos de emprego locais e estimular o desenvolvimento de outras atividades turísticas e similares pelas comunidades locais".

O Inatur anunciou anteriormente a adjudicação do projeto de desenvolvimento de empreendimento turístico da ilha de Santa Carolina ao Singita, que opera 19 empreendimentos em quatro países africanos.

O Governo de Moçambique manifestou em julho a intenção de potenciar o aproveitamento económico e turístico daquela ilha, através de um empreendimento turístico, aprovando uma resolução que concede ao Instituto Nacional de Turismo o direito de conceder, desenvolver e negociar empreendimentos turísticos na região.

Santa Carolina já esteve concessionada a outra entidade, que tinha um projeto, mas, depois de mais de seis anos sem nenhuma intervenção, houve a necessidade de cancelar a autorização.

O grupo Singita anunciou em junho intenção de construir até três hotéis no arquipélago de Bazaruto. A intenção foi transmitida pelo diretor-executivo daquele grupo de ecoturismo e preservação ambiental, Luke Bailes, após apresentar o projeto ao Presidente moçambicano, Daniel Chapo.

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