Grupo Wagner. Centenas de combatentes regressam à Ucrânia

por RTP
Tropas ucranianas perto da cidade de Bakhmut, na região de Donetsk. Oleksandr Ratushniak - Reuters

De acordo com um porta-voz militar ucraniano, várias centenas de combatentes do grupo Wagner estão de regresso à Ucrânia para combater. Refere, no entanto, que esta mobilização não está a ter um impacto significativo no campo de batalha.

O grupo de mercenários desempenhou um papel importante na conquista da cidade de Bakhmut pelas tropas russas, em maio.

Vários combatentes do grupo Wagner ficaram na Bielorrússia ao abrigo de um acordo que pôs fim a um breve motim contra Moscovo, em junho último, sob a liderança de Yevgueni Prigozhin.

Em junho, o grupo Wagner assumiu o controlo de um quartel-militar russo e iniciou uma marcha de militares até Moscovo. A insurreição liderada por Prigozhin acabou por cessar após um acordo com as autoridades russas, mediado pelo presidente bielorrusso. Dois meses depois, o jato privado em que viajava despenhou-se em Tver, a norte da capital russa. O antigo chefe do grupo Wagner viria a morrer a 23 de agosto, quando o jato privado onde viajava se despenhou em circunstâncias ainda por esclarecer. Desde então, o Kremlin tem procurado exercer um maior controlo sob o grupo de mercenários.

Ainda assim, nas últimas semanas, vários bloggers russos que se dedicam a temas militares têm informado que alguns combatentes do grupo Wagner estão a regressar à Ucrânia, em linha com o que hoje é reconhecido por Serhiy Cherevatyi, porta-voz do comando militar oriental.

“Registámos a presença de várias centenas de combatentes da antiga [empresa militar privada] Wagner”, afirmou o responsável ucraniano, citado pela agência Reuters.

Cherevatyi acrescentou ainda que os referidos combatentes estão dispersos no território ucraniano e não fazem parte de uma única unidade, pelo que não representam qualquer impacto significativo.

“[Os combatentes] não constituem uma força integral, sistemática e organizada. Como se costuma dizer – acabou o jogo. São uns restos patéticos, nada de bom os espera por aqui”, acrescentou.

Também o porta-voz do Grupo Oriental das Forças Armadas da Ucrânia, Ilya Yevlash, adiantou esta quarta-feira que há membros grupo Wagner no terreno.

"São combatentes que estiveram na Bielorrússia. Agora os seus campos estão a ser desmantelados. Havia cerca de 8.000 deles naquele país e agora alguns foram para África e outros negociaram contratos com o Ministério da Defesa russo e regressam para aqui, para o leste da Ucrânia, para participar nas hostilidades, tanto como instrutores como enquanto militares", explicou.

Realça, no entanto, que são para já cerca de 500 combatentes e que "não representam uma ameaça significativa, uma vez que o seu líder, Prigozhin, já não está aqui".

Já o conselheiro presidencial ucraniano, Mykhailo Podolyak, se debruçou esta quarta-feira sobre o regresso de combatentes Wagner ao país.

“Lembrem-se: o grupo Wagner já não existe. Acabou quando Prigozhin e [Dmitry] Utkin foram liquidados”, adianta através de uma mensagem na rede social X (antigo Twitter).


Acrescenta que, na atualidade, “apenas existem antigos militantes do grupo terroristas que estão espalhados por todo o lado” e que, mediante a insignificância deste tema, o único propósito destas informações é mesmo tentar abafar as notícias sobre a recaptura de duas aldeias perto de Bakhmut pelo exército ucraniano.

com agências
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