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Guernica foi há 80 anos a primeira Allepo da guerra moderna

por João Fernando Ramos, Rui Sá

O bombardeamento de Guernica foi à precisamente 80 anos. Era segunda feira, dia de enchente para a feira dos agricultores.
Ao final do dia de 26 de abril de 1937 1654, dos cerca de seis mil habitantes da pequena cidade Basca, estavam mortos.
O momento foi imortalizado no mais famoso quadro de Picasso, pintado apenas dois meses depois, e resultaria numa campanha da Santa Sé para banir a guerra aérea. Uma iniciativa que teve em Oliveira Salazar um dos principais opositores, como lembra no Jornal 2 o historiador Manuel Loff.

Guernica não foi o primeiro alvo civil de uma nova forma de fazer a guerra que se ensaiava em Espanha desde 1936. Foi o segundo, mas terá sido o mais brutal e simbólico.

Dois meses depois do ataque Pablo Picasso imortalizava o primeiro bombardeamento deliberado de civis na história da guerra moderna.

A obra seria mostrada ao mundo em julho desse mesmo ano na Exposição Universal de Paris, como panfleto anti guerra no pavilhão do primeiro estado que o fascismo haveria de submeter na Europa: A Espanha Republicana.

Nos bombardeamentos a Guernica participaram elementos das forças aéreas alemãs, italianas e dos nacionalistas espanhoís. Só os alemães viriam a reconhecer oficialmente a sua participação no massacre. Aconteceu há 20 anos aquando do 60º aniversário do bombardeamento aéreo sobre a capital cultural dos vascos.

Os alemães testavam um novo tipo de guerra. Não foram capazes de descobrir o que disseram aos pilotos da Legião Condor era o alvo dessa manhã: Uma pequena ponte a oeste da cidade.

O fumo causado pelas bombas incendiárias largadas pelos três primeiros aviões (do esquadrão experimental franquista) encobriu os céus. Durante três horas os bombardeiros alemães destruíram toda a cidade. Hermann Goering, o marchal do ar de Hitler, haveria de dizer no julgamento de Nuremberg que Guernica foi um treino para os pilotos alemães.
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