Guerrilha colombiana teria oferecido 3,7 ME ao partido de Lula da Silva

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) teriam oferecido 3,7 milhões de euros aos candidatos do partido do actual presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, escreve a reportagem de capa desta semana da revista Veja.

Agência LUSA /
Suspeitas não confirmadas EPA

Os recursos oferecidos seriam utilizados na campanha eleitoral de candidatos dos Partidos dos Trabalhadores (PT) a diversos cargos, nas eleições de 2002, quando Lula da Silva foi eleito presidente do Brasil.

A reportagem "Tentáculos das FARC no Brasil" é baseada em documentos da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), os serviços secretos brasileiros, revelando que a oferta de ajuda financeira teria sido feita pelo principal representante da guerrilha colombiana no Brasil.

O padre Olivério Medina teria oferecido a ajuda durante uma reunião com um grupo de 30 políticos do PT, que decorreu numa quinta, a 40 quilómetros de Brasília, no dia 13 de Abril de 2002.

A reportagem salienta entretanto que não foi possível comprovar se os recursos oferecidos pelas FARC foram entregues de facto aos candidatos do PT.

Os recursos seriam entregues a 300 empresários brasileiros através de remessas financeiras de Trinidad e Tobago, nas Caraíbas, que as passariam então aos políticos do PT.

"A doação financeira é dada como realizada pelos documentos da ABIN, mas a investigação de Veja não avançou um milímetro nesse particular", referiu a reportagem, realçando que tudo pode ter sido apenas "uma bravata" do representante das FARC.

A reportagem afirma que o anúncio do padre Olivério Medina sobre a oferta financeira teria sido recebida "com aplausos" pelos participantes do PT no encontro.

O Partido dos Trabalhadores divulgou hoje um comunicado onde manifesta sua "indignação" e classifica de "irresponsável" a reportagem da revista Veja.

O comunicado ressalta que "não é a primeira vez que se tenta explorar as supostas relações" entre o PT e a guerrilha colombiana, e sustenta que o partido "nunca teve relações financeiras com as FARC".

O PT considerou igualmente que a reportagem "é uma agressão à verdade, à honra do partido e à ética jornalística", sublinhando que "aventuras desse calibre prejudicam a vida democrática" do Brasil.

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