Gustavo Petro eleito primeiro presidente de esquerda na história da Colômbia
Gustavo Petro foi eleito no domingo o primeiro presidente de esquerda na história da Colômbia, obtendo 50,47% dos votos na segunda volta das eleições, de acordo com os resultados oficiais.
O seu adversário, o milionário Rodolfo Hernandez, obteve 47,27% dos votos, uma diferença de quase 700 mil votos, indicam os resultados publicados pelo Registo Nacional, responsável pela organização da eleição.
Com 98,86% das mesas de voto fechadas, Gustavo Petro obteve 11.185.671 votos, enquanto Rodolfo Hernández alcançou 10.468.781 votos.
A vantagem do Petro sobre Hernández é de cerca de 716 mil votos, mais do que o previsto nas sondagens de intenção de voto, que previram um empate técnico, algumas delas com menos de um ponto percentual de diferença.
Desta forma, Gustavo Petro, um economista de 62 anos, sucederá ao presidente da Colômbia, Iván Duque, a partir de 7 de agosto e governará até 2026.
Iván Duque já felicitou o vencedor das eleições e anunciou, na rede social Twitter, que nos próximos dias se vai reunir com o novo chefe de Estado eleito para "iniciar uma transição harmoniosa, institucional e transparente".
Novo presidente propõe diálogo com os EUA sobre ambiente
O presidente eleito da Colômbia, Gustavo Petro, propôs que a América Latina se una para dialogar com os Estados Unidos e lançar as bases para uma "transição energética" face aos danos causados pelas mudanças climáticas.
"Proponho ao governo dos Estados Unidos e a todos os governos das Américas que nos reunamos num diálogo para estabelecer os passos da transição energética, os passos da construção de uma economia descarbonizada, os passos da construção de uma economia da vida em toda a América", disse Petro, no domingo, no primeiro discurso depois de vencer a segunda volta das eleições.
O economista, de 62 anos, disse que a prioridade da política diplomática do governo será que a Colômbia esteja "na vanguarda mundial no combate às mudanças climáticas".
"A ciência mostrou-nos que, como espécie humana, podemos desaparecer a curto prazo (...), a dinâmica de acumulação de um mercado desenfreada, instintos desenfreados de ganância, um processo de consumo desenfreado estão prestes a terminar com os próprios fundamentos da existência. Nem a esquerda nem a direita nos dizem, é a ciência que nos diz", salientou.