Em direto
Portugal comemora 50 anos da Revolução dos Cravos. Acompanhe ao minuto

"Hacking" a Jeff Bezos. ONU exige investigação ao príncipe saudita

por RTP
Alexey Nikolsky - EPA

Especialistas das Nações Unidas apelaram esta quarta-feira a uma investigação "direta e pessoal" ao príncipe saudita Mohammed bin Salman no âmbito da alegada pirataria ao multimilionário Jeff Bezos. A Arábia Saudita já refutou as acusações, considerando que se trata de um assunto "absurdo".

"A alegada pirataria ao telefone de Bezos - e de outras duas pessoas - exige uma investigação imediata pelos Estados Unidos e outras autoridades competentes, incluindo uma investigação (...) direta e pessoal ao príncipe herdeiro", defenderam os especialistas mandatados pela ONU.

De acordo com uma análise forense feita ao dispositivo de Jeff Bezos, uma mensagem aparentemente enviada pela conta pessoal do príncipe saudita Mohammed bin Salman pelo WhatsApp terá sido responsável pelo roubo de informação ao multimilionário.

Os registos terão mostrado que, poucas horas após ter recebido um vídeo a partir da conta de WhatsApp do príncipe herdeiro saudita, houve "uma anomalia e uma alteração grande no comportamento do telefone", e, durante os meses seguintes, foram transmitidas enormes quantidades de dados, incluindo fotografias íntimas guardadas no telemóvel de Bezos. Para além de fundador da Amazon, Jeff Bezos é também proprietário do Washington Post, do qual Jamal Khashoggi – o jornalista saudita assassinado em 2018 – era colaborador.

A análise forense concluiu "com média a alta confiança" que a informação privada de Bezos terá sido roubada a 1 de maio de 2018, cinco meses antes do assassinato de Khashoggi, do qual Mohammed bin Salman é suspeito.

Segundo aponta a ONU, enquanto dizia estar a investigar o assassinato do jornalista saudita do Washington Post, Jamal Khashoggi, o príncipe "levava a cabo uma campanha clandestina” contra Jeff Bezos.

Especialistas da organização revelam que a informação recolhida sugere um esforço por parte do príncipe herdeiro saudita para “influenciar, ou mesmo silenciar, as reportagens do Washington Post sobre a Arábia Saudita”.

A Arábia Saudita já veio, no entanto, negar qualquer envolvimento do príncipe Mohammed bin Salman no alegado hacking. A embaixada do reino saudita nos Estados Unidos apelidou o caso de “absurdo”.

“Pedimos uma investigação sobre estas alegações para que possamos esclarecer todos os factos”, declarou ainda a embaixada.

Jamal Khashoggi, jornalista saudita de 59 anos que residia nos Estados Unidos, era um forte crítico da família real do país de origem. Foi assassinado a 2 de outubro de 2018, no consulado saudita em Istambul.

c/ Lusa
Tópicos
pub