Harvey Weinstein tenta acordo de 25 milhões de dólares com atrizes que o acusam de assédio sexual

por RTP
Reuters

O produtor de cinema Harvey Weinstein, acusado de vários casos de abusos sexuais e violações a atrizes e funcionárias, está a tentar um acordo de 25 milhões de dólares (22 milhões de euros) com 30 atrizes que o acusam de assédio sexual.

O acordo necessita da aprovação do tribunal e da assinatura de todas as partes. Segundo The New York Times, os advogados das vítimas e os advogados da empresa de Weinstein, estão muito próximos da conclusão do acordo.

A proposta já foi confirmada pelos advogados de Weinstein e das vítimas.

O acordo prevê que as vítimas dividam entre si o pagamento, ou seja, cerca de meio milhão de dólares, 450 mil euros a cada uma. O pagamento irá ser feito pela empresa de Weinstein.

Caso o acordo seja aprovado, Hervey Weinstein irá livrar-se de uma parte das denúncias que o envolvem a si e à sua empresa, The Weinstein Company.

Para Genie Harrison, advogada de uma das vítimas, este acordo “é claramente o melhor acordo a ser feito”, porque grande parte das vítimas iria provavelmente sair deste processo sem nenhum tipo de compensação.

Louisette Geis, uma das atrizes que acusa Weinstein, declara que “este acordo vai garantir que todas as sobreviventes vão ter a possibilidade de recuperar e seguir em frente sem a sombra do Harvey a bloquear as suas carreiras”.

No entanto, Zoe Brock, outra atriz que, alegadamente, foi vítima de Harvey Weinstein, considera que “este acordo é uma piada e é a prova de um sistema completamente corrompido. Estou devastada com isto. Estou horrorizada.”

Também para alguns advogados este acordo não faz qualquer sentido.

Douglas Windgor declarou à BBC que “nós rejeitamos a ideia de que este é o melhor acordo que podíamos conseguir.

O grupo de apoio às vítimas de assédio sexual, Time’s UP, publicou na sua rede social Twitter que “se este é o melhor acordo que as vítimas podem receber, então o sistema está destruído.”

Harvey Weinstein enfrenta várias acusações relacionadas com assédio e abuso sexual. Está acusado de assédio sexual por mais de 70 mulheres. Enfrenta também a acusação de ter violado uma mulher num quarto de hotel em Nova Iorque, em 2013.

As acusações surgiram depois do New York Times ter publicado um artigo, em outubro de 2017, que descrevia os abusos de Weinstein ao longo de várias décadas.
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