Henry Kissinger. Guterres lamenta morte de um dos diplomatas com "maior influência" internacional
O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, lamentou hoje a morte de Henry Kissinger, salientando que poucos diplomatas "tiveram maior influência nos assuntos internacionais" do que o antigo secretário de Estado norte-americano.
"O secretário-geral ficou triste ao saber ontem (quarta-feira) à noite do falecimento do ex-secretário de Estado norte-americano, como uma figura proeminente nas relações internacionais durante o final do século XX", disse o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric, no seu `briefing` diário à imprensa, em Nova Iorque.
Endereçando as condolências à família de Henry Kissinger, o porta-voz de Guterres frisou que "poucos diplomatas de que há memória tiveram maior influência nos assuntos internacionais" do que o ex-secretário de Estado.
O antigo secretário de Estado norte-americano Henry Kissinger, figura incontornável da diplomacia mundial durante a Guerra Fria, que dominou a política externa dos presidentes Richard Nixon e Gerald Ford, morreu na quarta-feira, aos 100 anos, na sua casa em Connecticut.
O controverso diplomata manteve-se ativo até ao fim da vida, apesar da idade avançada. Em julho, já com 100 anos, visitou a China, onde se encontrou com o Presidente chinês, Xi Jinping.
Kissinger nasceu em 27 de maio de 1923, em Fürth, na Alemanha, no seio de uma família judia que se mudou para Nova Iorque, fugida do nazismo.
Recebeu o Prémio Nobel da Paz juntamente com o homólogo vietnamita Le Duc Thuo pelas negociações secretas para pôr fim à guerra do Vietname e normalizou as relações diplomáticas entre os Estados Unidos e a China durante a presidência de Richard Nixon (1969-1974).
No entanto, Kissinger será também recordado pelo apoio dado a ditaduras como as da Argentina, entre 1976 e 1983, aos últimos anos do regime de Francisco Franco, em Espanha, e ao golpe de Estado contra Salvador Allende, no Chile, em 1973.