Hezbollah atinge Israel com míssil de maior alcance e potência

O Hezbollah disparou sexta-feira um novo tipo de míssil de maior alcance e de maior potência contra território israelita, que atingiu a cidade de Afula, a mais de 40 quilómetros da fronteira com o Líbano.

Agência LUSA /
Hezbollah concretiza ameaça EPA

O míssil, que o movimento xiita libanês afirma ser um "Khaibar-1", caiu num campo e não causou vítimas, nem estragos, mas aumentou o receio em Israel de que o Hezbollah tenha capacidade para atingir Telavive.

As autoridades israelitas revelaram tratar-se de um novo tipo de míssil que transporta 100 quilos de explosivos e o canal 10 da televisão israelita garantiu que se trata de um "Zelsal-1", de fabrico iraniano e tecnologia chinesa, com um alcance de 150 quilómetros.

Perante a ameaça, Israel decidiu recolocar as suas baterias de mísseis anti-míssil Patriot em Telavive para prevenir a possibilidade de que algum dos mísseis disparados pelo Hezbollah desde o Líbano atinja a capital do país.

Entretanto, segundo o diário Haaretz, a Força Aérea israelita terá atingido na cidade libanesa de Tiro as plataformas de lançamento usadas pelo movimento xiita libanês para disparar grande parte dos mísseis que atingiram a cidade de Haifa.

O mesmo jornal israelita revela no seu `site` na Internet que o Hezbollah moveu as suas plataformas de lançamento de mísseis mais para norte no Líbano, para tentar evitar os bombardeamentos dos aviões de Israel.

Mais de 50 mísseis atingiram hoje o norte de Israel provocando três feridos e danos materiais, noticiou um porta-voz do exército israelita.

O movimento libanês divulgou um comunicado, através do seu canal de televisão Al-Manar, que hoje se inaugurou uma "nova etapa de combates, desafios e confrontos" com o lançamento do "Khaibar-1" contra território israelita.

"A Resistência Islâmica (braço armado do Hezbollah) disparou uma salva de mísseis `Khaibar-1` sobre a região de Afula, para lá de Haifa, inaugurando assim uma nova etapa de combates, desafios e confrontos", referiu o comunicado.

O líder do Hezbollah, o xeque Hassan Nasrallah, ameaçara na quarta-feira que o seu movimento estava disposto a passar "à etapa pós-Haifa" se Israel intensificasse as suas operações militares no Líbano.

Os combates no sul do Líbano prosseguiram hoje com grande intensidade, com o exército israelita a bombardear várias localidades libanesas nas proximidades de Bint Jbeil, bastião do Hezbollah, causando a morte de pelo menos seis civis e ferimentos em nove, segundo a polícia libanesa.

As Nações Unidas, perante a intensificação dos combates depois de mais de duas semanas de ofensiva israelita e a morte de quatro dos seus observadores no sul do Líbano, decidiram hoje evacuar os postos de vigilância que tinha junto à fronteira com Israel.

O porta-voz da Força Interina da ONU no Líbano (FINUL), Milos Strugger, negou, no entanto, que a organização estivesse a pensar retirar o seu pessoal do país.

Strugger adiantou que os oito "agentes desarmados" vão ser recolocados em outros postos de vigilância da ONU "dentro do Líbano".

"São pessoas desarmadas e isto é para a sua protecção", sublinhou.

Cerca de 50 pessoas estavam colocadas nos quatro postos de vigilância no sul do Líbano da Organização de Supervisão da Trégua das Nações Unidas (UNTSO), criada em 1948.

Os postos de Khiam, onde morreram quatro pessoas no princípio da semana depois de um bombardeamento da aviação israelita, e o de Maroun al-Ras, onde um observador foi gravemente ferido no fim-de- semana passado por tiros do Hezbollah, já tinham sido abandonados pelas Nações Unidas.


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