Hong Kong valida idoneidade dos 161 candidatos às eleições e abre campanha

As autoridades de Hong Kong aprovaram hoje a elegibilidade dos 161 candidatos que disputarão os 90 assentos no Conselho Legislativo (LegCo) nas eleições de 07 de dezembro, após validação dos requisitos de segurança nacional.

Lusa /
Bertha Wang - EPA

O secretário-chefe da Administração de Hong Kong, Eric Chan, anunciou que todas as pessoas que se candidataram cumpriram os requisitos de lealdade à Lei Básica e compromisso da cidade com o princípio de Hong Kong apenas ser governado por "patriotas".

A decisão, antecipada pelo Comité de Revisão de Candidaturas, marca o encerramento oficial do período de nomeações iniciado em outubro.

Segundo Chan, a confirmação antecipada permitirá que os candidatos iniciem imediatamente a campanha, com o objetivo de promoverem uma "competição profissional" que, nas suas palavras, reflete uma "democracia de alta qualidade" dentro do quadro estabelecido após a reforma eleitoral impulsionada por Pequim em 2021.

O Gabinete de Assuntos de Hong Kong e Macau classificou os participantes como "patriotas, empenhados, capazes, ambiciosos e excelentes", ao mesmo tempo que instou ao abandono de "más práticas" do passado, entre as quais a criação de facções, a difusão de rumores ou os ataques pessoais entre rivais.

O organismo destacou que a renovação parcial do corpo legislativo - mais de 50 parlamentares atuais vão procurar a reeleição, enquanto 35 presenças mais antigas na Assembleia de Hong Kong desistiram - responde ao princípio da "substituição ordenada".

Para incentivar o interesse dos cidadãos, o Executivo da Região Administrativa Especial anunciou a organização de trinta e nove fóruns públicos sob o lema "Patriotas colaboram por um bom governo", que serão realizados a partir de hoje.

O processo eleitoral insere-se na reformulação institucional aprovada pela China em março de 2021, que reduziu a margem de representação democrática no Parlamento local e implementou um sistema de filtragem política para garantir que todos os representantes respondam aos critérios de "patriotismo" definidos por Pequim.

Enquanto o Executivo defende a medida como um passo em direção à estabilidade e prosperidade, críticos e observadores internacionais consideram-na um golpe definitivo no pluralismo político no território.

Paralelamente, a Polícia de Hong Kong informou a detenção de três homens, com idades entre 24 e 80 anos, acusados de danos a material eleitoral, como cartazes, faixas e bandeiras promovidas por diferentes candidatos. O detido octogenário foi libertado sob fiança.

Estas detenções juntam-se a outras seis realizadas no início do mês relacionadas com casos de vandalismo contra propaganda eleitoral.

As autoridades do território reforçaram a vigilância em torno das ações de campanha das eleições, que decorrem sem a presença da oposição tradicional, e, pela segunda vez, com todos os candidatos a partilharem o denominador comum de terem passado pelo rigoroso filtro de segurança nacional imposto por Pequim.

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