Hugo Chávez lança programa governamental para combater a insegurança
Caracas, 21 jun (Lusa) - O presidente venezuelano, Hugo Chávez, lançou oficialmente na quarta-feira um programa governamental para combater a alta insegurança que se regista no país.
"A insegurança é um problema a que o Governo não deixou de prestar atenção. A revolução socialista que chegou (ao poder em 1999) começou a atacar o problema com a prevenção para diminuir a grande desigualdade herdada de Governos anteriores", disse.
O lançamento do novo programa foi feito numa cerimónia, que se prolongou por várias horas, no Salão Ayacucho do palácio presidencial de Miraflores, que foi transmitida em simultâneo e de forma obrigatória por todas as rádios e televisões do país.
Chávez explicou que o novo programa tem seis eixos estratégicos: prevenção; fortalecimento dos órgãos de segurança; transformação do sistema de justiça penal e criação de mecanismos alternativos para a resolução de conflitos; transformação do sistema penitenciário; o sistema nacional de prestação de cuidados às vítimas e promoção do conhecimento sobre convivência e segurança dos cidadãos.
O presidente venezuelano admitiu que a Venezuela é o quinto país com a mais alta taxa de homicídios do mundo, precisando que "é um problema de todos" e sublinhou que o país "é um exemplo de que não bastam as políticas sociais para diminuir a violência".
"A América Latina é a região mais violenta do mundo, essa violência duplicou nos anos 80 e durante os anos 90 triplicou e até quase quadruplicou", disse.
Chávez criticou o tratamento noticioso da questão da insegurança, acusando a imprensa de estar ao serviço dos políticos da direita com a intenção de tentar desestabilizar o seu Governo.
Por outro lado, criticou a utilização de imagens de violência nas televisões, realçando que "a publicidade capitalista vive da venda de armas, do tráfico de drogas, do consumo de tabaco, álcool e consumismo desenfreado", criando "necessidades fictícias".
Frisou ainda que "a alguns jovens há que tirar-lhes da cabeça (a ideia) que para ser homem há que ter uma arma e às vezes matar alguém ou participar numa situação violenta como prova de machismo".
Por outro lado, o presidente venezuelano aprovou medidas para controlar, confiscar e destruir armas ilegais.
Segundo o Observatório Venezuelano de Violência, 18.850 pessoas foram assassinadas em 2011 na Venezuela, ou seja, 66 em cada 100 mil habitantes.
Ao longo dos últimos 14 anos, Hugo Chávez lançou 19 programas para combater a insegurança.