Human Rights Watch pede ao Governo chileno para respeitar direitos humanos

A organização não-governamental Human Rights Watch (HRW) pediu na quarta-feira ao Governo chileno para respeitar os direitos humanos na resposta aos violentos protestos que já causaram 15 mortos no país.

Lusa /
Pablo Sanhueza - Reuters

"São extremamente preocupantes as imagens da brutalidade policial no Chile", advertiu o diretor da divisão das Américas da HRW, José Miguel Vivanco, em comunicado.

"O Presidente (Sebastián) Piñera deve apelar às forças de segurança chilenas para que respeitem os direitos humanos e deve garantir que os agentes implicados em abusos sejam investigados de forma imediata e imparcial", acrescentou.

Por outro lado, a organização não-governamental incentivou as autoridades chilenas a "conduzirem investigações completas e imparciais sobre os graves crimes cometidos pelos manifestantes nos últimos dias".

Os protestos no Chile tiveram como detonador o aumento do preço dos bilhetes do metro na capital, Santiago, mas rapidamente se converteram em mobilizações a nível nacional contra a desigualdade social.

O chefe de Estado chileno decretou o estado de emergência no país, levou os militares para a rua e disse que estava "em guerra" contra um "inimigo poderoso e implacável que não respeita nada nem ninguém".

No entanto, na terça-feira, o Presidente acabou por prometer um aumento de 20% na pensão mínima e o congelamento das tarifas de eletricidade, uma alteração radical no discurso.

O Instituto Nacional de Direitos Humanos (INDH), um organismo público independente, contabilizou até hoje 15 mortos (cinco nas mãos das forças de segurança), 226 feridos (123 por armas de fogo) e cerca de 1.700 detidos.

O INDH dá conta ainda de torturas e abusos por parte de agentes das forças estatais durante os últimos cinco dias.

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