Identificado suspeito da morte do leão Cecil

por RTP
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A morte do animal mais conhecido do Zimbabué despertou a atenção do mundo. Segundo as autoridades, o leão Cecil foi morto por Walter Palmer, um dentista norte-americano.

De acordo com Johnny Rodrigues, chefe da Zimbabwe Conservation Task Force, o homem suspeito da morte do leão é Walter James Palmer e mora em Eden Prairie, Minnesota.

Os vídeos de Cecil estão a correr o mundo. O animal de 13 anos era um leão premiado no Parque Nacional de Hwang. Muitos eram os visitantes que iam ao local para o ver.

A sua fama fez com que fizesse parte de um estudo da Universidade de Oxford, na Grã-Bretanha, estando equipado com uma coleira GPS.


Investigações a decorrer

De acordo com um comunicado das organizações de proteção animal - Zimbabwe Parks and Wildlife Management Authority e Safari Operators Association of Zimbabwe - os zimbabuanos que acompanhavam Walter são ouvidos em tribunal esta quarta-feira.

Honest Trymore Ndlove e Theo Bronchorst foram os guias da visita. Segundo o comunicado, Theo é caçador profissional.

A porta-voz da polícia afirmou que ainda não conseguiram contactar o suspeito. Charity Charamba acrescentou que o leão foi morto ilegalmente.
"Não fazia ideia que o leão era conhecido"
Num comunicado emitido pelo dentista, na terça-feira, explica que contratou os guias profissionais que, por sua vez, conseguiram licenças apropriadas. "Que eu saiba, tudo nesta viagem foi legal e devidamente tratado", cita a CNN.

"Não fazia ideia que o leão que eu matei era conhecido, o favorito local, que tinha uma coleira e fazia parte de um estudo até ao final da caçada. Contei com a experiência dos meus guias locais profissionais para garantir uma caça legal", defendeu-se Walter.

O caçador concluiu: "Mais uma vez, lamento profundamente que o meu exercício de uma atividade que adoro tenha acabado na morte deste leão".


50 mil dólares pela caçada
Johnny Rodrigues afirmou que o norte-americano Palmer "aparentemente pagou 50 mil dólares para a caça e Theo Bronchorst assumiu que recebeu esse dinheiro".

Este episódio pode não ser o primeiro que leva Palmer a ter conflitos com a lei por causa da atividade.

De acordo com documentos oficiais referidos pela CNN, um homem com o mesmo nome, idade e cidade que Walter matou ilegalmente um urso no Wisconsin, há vários anos.
 
O dentista norte-americano era um caçador habitual e publicava desde 2010 as fotografias no seu blogue pessoal.
Morte cruel
O chefe Rodrigues explicou que um dos guias levou o caçador ao Parque Nacional de Hwange no dia 6 de julho: "Eles foram caçar à noite com um holofote e visitaram Cecil".

Uns dias mais tarde "eles amarraram um animal morto ao veículo para atrair o Cecil para fora do parque e foram para uma área a cerca de meio quilómetro de distância".

Ao que parece, Palmer atingiu o leão com uma seta que não o matou. Passadas 40 horas, Cecil acabava por ser assassinado com uma arma. Segundo Rodrigues, os três homens tentaram destruir a coleira GPS que o animal tinha ao pescoço.

"A parte mais triste de tudo é que, agora que Cecil está morto, o próximo leão na hierarquia, Jericho, vai provavelmente matar todos os filhotes de Cecil para que ele possa criar a sua própria linhagem com as fêmeas", contou Johnny. A cabeça do leão ainda não foi encontrada.   

A população de leões africanos caiu quase 60 por cento ao longo das últimas três décadas. Atualmente, apenas 32 mil permanecem em estado selvagem, anunciou o Fund for Animal Welfare.
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