Dezasseis programas humanitários da ONU no Iémen estão suspensos. Outros 26 estão ameaçados até ao final de 2020, devido à falta de financiamento. A agência humanitária pede ajuda a parceiros internacionais para conseguir salvar vidas.
Mais de metade das unidades de saúde dependem do apoio das agências humanitárias.
Menina internada por sofrer de malnutrição. Alimentação feita por sonda. Unidade de Saúde apoiada pela ONU | Foto: Yahya Arhab - EPA
A ajuda humanitária está ameaçada pela diminuição de recursos e, segundo o Programa Alimentar Mundial, já estão a faltar alimentos.
Em julho deste ano, Elisabeth Byrs, porta-voz da ONU já alertava para a situação "A distribuição de alimentos no norte do país foi reduzida para metade. Todos os indicadores estão no vermelho".
A fome e a malnutrição severa atingem dois terços da população.#Yemen is suffering the world's worst humanitarian crisis, driven by conflict, disease and poverty. Millions of innocent people bear the brunt of #YemenCrisis and now #COVID19 is making it worse.
— World Food Programme (@WFP) August 30, 2020
Here are 7️⃣ of the greatest threats facing the people of Yemen. #YemenCantWait pic.twitter.com/7QZFPSCGlg
A situação é extremamente grave, segundo a Organização das Nações Unidas, que já suspendeu 16 programas de apoio. Os restantes 26 estão em risco por falta de recursos financeiros.
A ajuda humanitária depende agora de donativos internacionais para que a rede da agência que opera no terreno consiga salvar vidas.
Na guerra, as crianças são quem paga o maior preço.
Segundo a UNICEF, pelo menos 2000 crianças foram mortas, 4800 mutiladas, 2700 meninos foram recrutados para as fileiras da guerra.
Estimam que mais de 368 mil crianças menores de 5 anos sofram de malnutrição aguda grave.
Unidade de Saúde apoiada pela ONU. Menino alimentado por sonda | Foto: Yahya Arhab - EPA
O conflito decorre entre as forças do presidente Abdrabbuh Mansur Hadi, apoiadas pola Arábia Saudita, e milícias Huti.
À escalada de violência, que provocou 3,65 milhões de deslocados, somam-se as consequências imediatas da desvalorização do rial, aumento dos preços dos produtos essenciais e a expansão da pandemia de Covid-19.