Imigração detém homem nascido em campo de refugiados que vive nos EUA há mais de 70 anos
Um homem de 79 anos detido pelos agentes de imigração na Florida, depois de viver nos EUA durante mais de sete décadas desde que nasceu num campo de refugiados na Alemanha, vai ser presente hoje perante um juiz.
A sua família está preocupada com a deterioração da sua saúde devido às condições nos centros de detenção, noticiou hoje a agência Efe.
O Serviço de Imigração e Alfândega (ICE, na sigla em inglês) deteve Paul John Bojerski, um polaco residente em Sanford, no final de outubro, durante uma audiência obrigatória em Orlando.
Bojerski, que imigrou legalmente para os EUA com a sua família em 1952, aos cinco anos de idade, nasceu num campo de refugiados na Alemanha no final da Segunda Guerra Mundial, segundo o jornal Orlando Sentinel.
Este homem, que não tem cidadania norte-americana, tem antecedentes criminais que incluem condenações por crimes cometidos nas décadas de 1960 e 70, resultando numa ordem de deportação que as autoridades tinham ignorado anteriormente.
Em julho, Bojerski compareceu num escritório do ICE na Florida, como habitualmente, onde lhe foi dito que, se não abandonasse o país voluntariamente, seria deportado.
Foi-lhe pedido que regressasse em 30 de outubro com planos de viagem, mas não o pôde fazer porque não tem passaporte nem país para onde regressar, segundo a sua família.
No final de outubro, foi detido e transportado numa viagem de oito horas até Alligator Alcatraz, um centro de detenção a oeste de Miami, no meio dos Everglades, um local que os ativistas da imigração têm criticado pelas suas condições desumanas desde a sua inauguração, em julho.
A sua família alertou as autoridades para o seu estado de saúde debilitado. Costumava andar sem ajuda, mas agora usa cadeira de rodas. Perdeu o acesso ao seu tratamento regular após cirurgias à coluna, e os relatos indicam que chegou a cair da cadeira e a ficar deitado no chão da cela durante horas.
Bojerski está agora no Centro de Detenção de Krome, em Miami, onde tem uma audiência de fiança marcada para terça-feira.
Os ex-reclusos já denunciaram a má qualidade dos alimentos em Alcatraz, a falta de assistência médica, de água e de saneamento básico, a infestação de mosquitos e as longas esperas para comunicação com o exterior.