Os níveis de anticorpos que as pessoas produzem caem significativamente algum tempo após a infeção pelo novo coronavírus. Os anticorpos são como que pequenos guerreiros das defesas imunológicas que impedem o vírus de entrar nas células do corpo. Um estudo do Imperial College de Londres indica agora que a imunidade não prevalece. Ou seja, verificaram que os anticorpos em pessoas que já tiveram contacto com o vírus desaparecem a um ritmo bem acima do esperado.
Os investigadores chegaram a esta conclusão depois de terem analisado os resultados dos testes de anticorpos que foram realizados a mais de 350 mil pessoas em Inglaterra.
Numa primeira fase, adianta a BBC, os investigadores descobriram que, entre o final de junho e início de julho, cerca de 60 em cada mil pessoas tinham anticorpos detetáveis.
Mas nos testes realizados em setembro o valor já era bem diferente: apenas 44 por mil pessoas tinham os anticorpos.
Estes dados sugerem que o número de pessoas com anticorpos diminuiu em mais de um quarto entre o verão e o outono.
"A imunidade está a diminuir rapidamente", disse à BBC a professora Helen Ward, uma das investigadoras. "Estamos a apenas três meses após nossa primeira série de testes e já estamos a ver um declínio de 26 por cento nos anticorpos".
Descobriram igualmente que a quebra é maior em pessoas com mais de 65 anos e que o número de profissionais de saúde com anticorpos permaneceu relativamente alto. O que, suspeitam, terá a ver com o facto de estaram constantemente expostos ao vírus.
Escreve a BBC que existem mais quatro coronavírus humanos que são detetáveis várias vezes na vida dos humanos. São coronavírus que causam sintomas gripais e que nos podem infetar a cada seis a 12 meses.
Em relação a este novo coronavírus, são ainda raros os casos de pessoas que tenham sido infetadas duas vezes. Os investigadores alertam que estes resultados indicam que que a imunidade está a baixar, pelo que os casos de reinfeções pode aumentar nos próximos tempos.
Devem ser, no entanto, situações mais leves porque o corpo tem a "memória imunológica" do primeiro contacto e já sabe como reagir.
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