Inaugurado em Timor-Leste monumento que homenageia os que sofreram na luta pela paz

Cerca de duas semanas depois de terem sido sepultadas as últimas vítimas por identificar da violência de 1999 em Timor-Leste, foi hoje inaugurado em Díli um monumento que homenageia os que sofreram na luta pela paz.

Agência LUSA /

O monumento foi o último projecto da Unidade de Crimes Graves (SCU, no acrónimo em inglês), um órgão estabelecido pelas Nações Unidas, no âmbito da resolução 1271/1999, do Conselho de Segurança da ONU, para investigar e preparar os autos de acusação de julgamento dos responsáveis pelos crimes contra a Humanidade perpetrados em Timor- Leste entre 01 de Janeiro e 25 de Outubro de 1999.

O mandato da SCU chegou a fim no passado dia 20, com o final da Missão de Assistência da ONU em Timor-Leste (UNMISET).

Os objectivos da SCU foram parcialmente atingidos, tendo sido investigados somente cerca de metade dos casos das 1.339 vítimas contabilizadas pela SCU nas atrocidades que varreram Timor-Leste em 1999, conduzidas por milícias pró-indonésias e pelas forças militares e de segurança indonésias.

Entre os 303 acusados que não foi possível levar a julgamento figura o ex-general indonésio Wiranto, ministro das Forças Armadas e da Segurança quando os crimes foram cometidos.

De entre os 87 arguidos levados a tribunal, 84 foram condenados e os restantes três absolvidos.

Além das vítimas mortais, a onda de violência provocada pelas forças armadas e de segurança indonésias e pelas milícias destruiu cerca de 80 por cento das infra-estruturas do país e forçou ao êxodo de 250 mil pessoas para o lado indonésio da ilha de Timor.

O monumento, denominado Memorial da Paz, foi construído com contribuições monetárias de vários países e empresas, tendo Portugal participado com 5 mil dólares.

A 14 de Maio foram sepultadas em Díli, as últimas 32 vítimas por identificar dos crimes contra a Humanidade perpetrados em Timor- Leste, em 1999.

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