Inaugurado na Crimeia monumento aos militares russos que anexaram região
Moscovo, 11 jun (Lusa) -- Um monumento à chamada "gente cortês", como são conhecidas as unidades militares russas que apoiaram a secessão da península da Crimeia do resto da Ucrânia, foi hoje inaugurado em Simferopol, capital da região anexada.
"Hoje inauguramos um monumento ao herdeiro dos nossos gloriosos guerreiros russos, o soldado contemporâneo russo", disse na cerimónia Oleg Belaventsev, representante plenipotenciário na Crimeia do Presidente russo, Vladimir Putin.
A estátua de bronze representa um soldado russo totalmente equipado, com uma Kalashnikov ao ombro, que dirige o olhar para uma menina que lhe estende um ramo de flores.
O monumento foi instalado na praça da República de Simferopol, em frente ao parlamento da Crimeia, onde se iniciou, na primavera de 2014, a sublevação pró-russa contra as novas autoridades pró-europeias de Kiev que derrubaram o ex-presidente Viktor Ianukovich na revolução da praça Maidan.
No primeiro aniversário da anexação, Putin reconheceu que tinha ordenado a integração da Crimeia na Federação Russa depois de o parlamento ucraniano ter deposto Ianukovich.
"Dei ordem ao Ministério da Defesa para que enviasse para lá forças especiais de serviços de informações militares, infantaria, marinha e paraquedistas, sob a aparência de unidades destinadas a reforçar a segurança das nossas instalações" militares na Crimeia, admitiu o líder do Kremlin.
A 16 de março de 2014, a Crimeia realizou um referendo não reconhecido por Kiev nem pela comunidade internacional, no qual quase 97% dos votantes disse sim à reunificação com a Rússia.
Dois dias depois, a 18 de março, Moscovo consumou a anexação do território ucraniano, criando dois novos sujeitos membros da Federação da Rússia: a República da Crimeia e a cidade de Sebastopol.
O Presidente russo sempre defendeu que a Crimeia é um território historicamente russo que foi injustamente integrado na Ucrânia em 1954, quando ambos os países faziam parte da União Soviética.