Incêndio de Hong Kong. Vítimas mortais sobem para 83

Pelo menos 83 pessoas morreram naquele que é já o incêndio mais mortífero na história de Hong Kong, de acordo com um novo balanço divulgado pelas autoridades da região chinesa.

Mariana Ribeiro Soares - RTP /
Tyrone Siu - Reuters

Entre os 83 mortos conta-se um bombeiro de 37 anos. O balanço anterior dava conta de pelo menos 75 mortos.

Há ainda registo de mais de 250 desaparecidos e centenas de pessoas hospitalizadas, 12 em estado crítico, 29 em estado grave e 17 em estado considerado estável. 

Porém, o número de mortos pode aumentar, de acordo com o chefe do executivo da cidade, John Lee Ka-chiu, que anunciou, esta quinta-feira, que estavam desaparecidas 279 pessoas.

Depois de uma noite de intensos trabalhos, as equipas de emergência continuavam, durante a manhã desta quinta-feira, a combater as chamas e a procurar mais de 250 pessoas desaparecidas após um incêndio que destruiu vários arranha-céus em Hong Kong, na quarta-feira.

Mais de 1.200 pessoas foram mobilizadas para as operações de resgate, segundo as autoridades deste território chinês com estatuto especial.

Esta quinta-feira, o Governo anunciou o lançamento de uma investigação anticorrupção. A Comissão Independente Contra a Corrupção de Hong Kong criou "um grupo de trabalho para iniciar uma investigação completa sobre a possível corrupção no grande projeto de renovação do Wang Fuk Court em Tai Po".

Num comunicado, a comissão justificou a decisão com "o imenso interesse público envolvido" naquele que já é o incêndio mais mortífero da história da cidade.

A polícia de Hong Kong já tinha anunciado a detenção de três homens após a descoberta de materiais inflamáveis deixados durante os trabalhos de manutenção, que fizeram com que o fogo alastrasse rapidamente. De acordo com a polícia, os homens são suspeitos de “negligência grave”.

O incêndio começou na quarta-feira no distrito de Tai Po, a norte da cidade. Alimentado por andaimes de bambu e materiais sintéticos utilizados na construção, o fogo rapidamente consumiu sete das oito torres do complexo, inaugurado em 1983 e com 1.984 apartamentos.

Mais de 900 moradores foram colocados em abrigos temporários e a população de Hong Kong mobilizou-se para ajudar os desalojados.

O presidente da Câmara de Hong Kong, John Lee, anunciou esta quinta-feira que todos os grandes projetos de renovação dos edifícios seriam inspecionados. 

Os incêndios são um flagelo antigo em Hong Kong, particularmente nos bairros mais pobres. As medidas de segurança reforçadas nas últimas décadas tornaram-nos menos frequentes.

No entanto, o risco é agravado pelo facto de Hong Kong, com 7,5 milhões de habitantes, ter uma densidade populacional média superior a 7.100 pessoas por quilómetro quadrado. Este número chega a ser três vezes superior nas zonas mais urbanizadas.

Dada a dimensão limitada do território, nas últimas décadas assistiu-se à construção em massa de arranha-céus, alguns com mais de 50 andares.

c/ agências

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