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"Incompreensível". Tiroteio em escola secundária na Áustria faz uma dezena de mortos

por Carlos Santos Neves - RTP
Pelas 11h30, a polícia austríaca anunciava na rede social X que a escola havia sido completamente evacuada Erwin Scheriau - EPA

Um tiroteio ocorrido esta terça-feira numa escola secundária em Graz, no sudeste da Áustria, fez pelo menos uma dezena de mortos, entre os quais vários alunos e o presumível atirador. O Governo austríaco descreveu já estes acontecimentos como "uma terrível tragédia".

Num primeiro momento, as forças de segurança austríacas avançaram com a nota de pelo menos sete alunos e um adulto abatidos pelo atirador. Mas o balanço foi entretanto atualizado para dez mortos, incluindo o alegado autor do ataque. Há ainda notícia de vários alunos e professores feridos.

"A situação é, neste momento, muito confusa. No entanto, poderá tratar-se de um caso de tiroteio indiscriminado", indicava durante a manhã fonte policial citada pela agência Austria Presse Agentur.Segundo a agência noticiosa austríaca APA, o presumível atirador ter-se-á suicidado. A polícia acredita que agiu sozinho.

O jornal austríaco Kronen Zeitung escreveu que o tiroteio teve início cerca das 10h00 (9h00 em Lisboa), acrescentando que o atirador fez disparos em pelo menos duas salas de aula.

Por sua vez, o jornal Salzburger Nachrichten adiantou que o suspeito seria um antigo aluno, com 22 anos de idade, equipado com duas armas: uma pistola e uma caçadeira.

Pelas 11h30, a polícia austríaca anunciava na rede social X que a escola havia sido completamente evacuada, com todos os ocupantes concentrados em segurança num ponto de encontro.
A presidente da câmara de Graz confirmou a morte do alegado atirador e que muitos dos feridos foram transportados para uma unidade hospitalar. Elke Khar referiu-se ao ataque desta terça-feira como uma "tragédia terrível".Graz, no sudeste da Áustria, é a segunda maior cidade deste país. Tem cerca de 300 mil habitantes.

"É incompreensível e intolerável. A minha simpatia e o meu pesar vão para as vítimas e as suas famílias. Ninguém pode imaginar o sofrimento; como mãe de três crianças, isto parte o meu coração", escreveu no X a ministra austríaca para os Assuntos Europeus e Internacionais, Beate Meinl-Reisinger.

Também a alta representante da União Europeia para a Política Externa, Kaja Kallas, recorreu ao X para sublinhar que "todas as crianças deveriam sentir-se seguras na escola e aprender livres de medo e violência".

"Os meus pensamentos estão com as vítimas, as suas famílias e o povo austríaco neste momento negro", acrescentou.

A Áustria figura entre os países europeus com mais armas em mãos civis - estima-se que haja 30 armas por cada 100 pessoas, à luz dos dados do projeto de investigação independente Small Arms Survey, citados pela agência Reuters. Está proibida a posse de metralhadoras e shotguns, mas é permitido o porte de pistolas e semiautomáticas, mediante autorização.

Em 2020, morreram quatro pessoas e outras 22 ficaram feridas quando um extremista islâmico condenado pela justiça disparou indiscriminadamente no centro de Viena. Em novembro de 1997, um mecânico de 36 anos abateu seis pessoas em Mauterndorf, antes de cometer suicídio.

c/ agências
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