Independência Moçambique. Chapo recorda "carismático" e "honesto" Samora e assume-se um dos "produtos" da independência

 

Lusa /

O Presidente moçambicano, Daniel Chapo, disse hoje que o país deve a independência aos veteranos da luta de libertação nacional, recordou o líder "carismático" e "honesto" Samora Machel e assumiu-se como um dos "produtos da independência".

"Samora Machel permanecerá sempre o líder carismático, o governante exímio, honesto e sincero, um homem de dimensão universal, amado pelo seu povo e admirado por todo o mundo", disse Daniel Chapo, no discurso oficial da cerimónia dos 50 anos da independência de Moçambique, referindo-se ao primeiro Presidente moçambicano, que a proclamou, em 25 de junho de 1975, no mesmo local, o Estádio da Machava, em Maputo.

Descrevendo Machel como "fundador do Estado e pai da nação moçambicana", Daniel Chapo recordou na sua intervenção, de cerca de uma hora, a "liderança visionária" e o "seu apurado sentido de Justiça e compromisso com a felicidade do povo moçambicano".

"Samora Machel soube transformar em realidade o sonho dos moçambicanos de possuir uma pátria e de viver em liberdade e Justiça", apontou o Presidente, garantindo que "a postura de verticalidade" do histórico líder moçambicano que no mesmo local proclamou a independência há precisamente 50 anos, continua presente nas mentes dos moçambicanos.

Sublinhando o "momento marcante da história da nação moçambicana", que se assinala hoje, Chapo reconheceu: "É com profundo sentido de honra, orgulho e reverência que elevo a minha voz, imbuído pela emoção de eu próprio, que falo aqui, ser produto do acontecimento que hoje celebramos, produto da independência nacional. Pois nasci a 06 de janeiro de 1977, dois anos depois da independência. Por isso, eu próprio sou produto da independência".

O chefe de Estado, que hoje distinguiu, entre outros, 1.100 antigos combatentes, no âmbito dos 50 anos da independência de Moçambique, disse igualmente ser dia "de celebração e de memória coletiva", deve ser igualmente de "respeito" perante os "heróis" moçambicanos, "principalmente aos veteranos da luta de libertação nacional, aqueles que tornaram possível esta conquista".

"Em nome do povo moçambicano, do Rovuma ao Maputo, do Zumbo ao Índico e na diáspora, vai o nosso muito obrigado aos nossos veteranos da luta de libertação nacional. Estamos aqui graças a vocês. Milhares foram os moçambicanos desconhecidos e anónimos que enfrentaram a brutalidade repressiva do colonialismo e, sobretudo, do regime fascista português", assumiu.

Daniel Chapo afirmou que se deve render "homenagem merecida" aos "veteranos, libertadores dessa pátria, pois lutaram com coragem, sacrifício e elevado sentido até vencer a opressão, a exploração do homem pelo homem, o racismo, a discriminação e restituírem a dignidade" do povo moçambicano.

"O nosso povo será eternamente grato a estes audazes filhos que, buscando inspiração nos movimentos nacionalistas e pan-africanistas das décadas 50 e 60, se reuniram numa única frente de libertação de Moçambique, Frelimo, e lutaram até à derrocada do colonialismo e fascismo no nosso solo pátrio. Na verdade, celebrar 50 anos da nossa independência é, acima de tudo, honrar aqueles que tornaram possível a liberdade de que hoje desfrutámos", disse.

Ainda na mesma intervenção, Chapo, o quinto Presidente moçambicano, empossado em janeiro último, recordou a "larga experiência internacional" de Eduardo Mondlane, histórico fundador da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e que "lançou os alicerces da consciência nacionalista, aglutinando os moçambicanos de todas as etnias, regiões, raças, religiões, filiações ideológicas, em torno de um único objetivo: a libertação da terra e do homem da dominação colonial estrangeira".

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