Mundo
Índia. Candidatos eleitorais banidos temporariamente por “discurso de ódio”
A Comissão Eleitoral da Índia castigou dois candidatos às eleições de maio por considerar que estes protagonizaram discursos de ódio contra muçulmanos e relativos a castas. Ambos foram banidos temporariamente da campanha eleitoral, que envolve 900 milhões de eleitores e seis semanas de votações divididas em sete fases.
Yogi Adityanath, monge hindu a concorrer pelo Partido do Povo Indiano (BJP), fez na semana passada declarações que despertaram polémica. “Se os opositores do BJP têm fé em Ali [genro do profeta Maomé], nós temos fé no [Deus hindu] Bajrang Bali”, afirmou.
Adityanath foi proibido de participar na campanha eleitoral durante 72 horas já a partir de terça-feira depois de a Comissão Eleitoral ter considerado que o comentário “altamente provocador” poderia “agravar as diferenças existentes ou criar ódio mútuo entre comunidades religiosas”.
O candidato, que em 2007 esteve detido por ter fomentado motins antimuçulmanos, tinha já sido advertido pela Comissão Eleitoral depois de, a 1 de abril deste ano, ter declarado que “o exército de Narendra Modi dá aos terroristas balas e canhões”.
Adityanath tinha também sido criticado no passado por elogiar a medida de Donald Trump que, em 2017, passou a restringir as viagens e a imigração por parte de cidadãos de sete países do Médio Oriente nos quais as populações são predominantemente muçulmanas.
Apelo aos muçulmanos
Já Mayawati, líder do Partido Bahujan Samaj e representante dos dalits - trabalhadores braçais da casta mais baixa da Índia -, pediu aos muçulmanos que não dividissem os votos entre os vários partidos e que votassem como um só pela aliança formada por partidos regionais do Estado indiano de Uttar Pradesh, o mais populoso do país.
“Quero dizer aos eleitores muçulmanos que não têm de dividir os votos”, referiu. “Em vez disso, devem votar apenas num lado e assegurar” que a oposição é bem-sucedida.
Mayawati foi banida da campanha durante 48 horas devido a estes comentários, considerados “provocadores”.
As regras ditam que os políticos indianos não podem apelar ao voto nem tentar dividir os eleitores com base na religião ou sistema de castas nem incentivar à violência entre regiões.
Um “tigre sem dentes”
As decisões de banir temporariamente os candidatos chegaram depois de o Supremo Tribunal da Índia ter chamado à atenção a Comissão Eleitoral por esta não dar resposta às queixas sobre Adityanath e Mayawati.
“A Comissão Eleitoral diz que não tem poder”, avançou Ranjan Gogoi, chefe de Justiça da Índia. “Terá sequer noção dos seus poderes?”, questionou. A Comissão, responsável por garantir que as regras eleitorais relativas ao código de conduta são cumpridas, ter-se-á comparado a um “tigre sem dentes”.
As urnas estão abertas desde 11 de abril e assim permanecerão até dia 19 de maio, com as votações a ser divididas em sete fases e os resultados a serem divulgados a 23 de maio. O atual primeiro-ministro, Narendra Modi, e o seu Partido do Povo Indiano estão à procura de uma reeleição, tendo como principal adversário o partido Congresso Nacional Indiano, liderado por Rahul Gandhi.
Adityanath foi proibido de participar na campanha eleitoral durante 72 horas já a partir de terça-feira depois de a Comissão Eleitoral ter considerado que o comentário “altamente provocador” poderia “agravar as diferenças existentes ou criar ódio mútuo entre comunidades religiosas”.
O candidato, que em 2007 esteve detido por ter fomentado motins antimuçulmanos, tinha já sido advertido pela Comissão Eleitoral depois de, a 1 de abril deste ano, ter declarado que “o exército de Narendra Modi dá aos terroristas balas e canhões”.
Adityanath tinha também sido criticado no passado por elogiar a medida de Donald Trump que, em 2017, passou a restringir as viagens e a imigração por parte de cidadãos de sete países do Médio Oriente nos quais as populações são predominantemente muçulmanas.
Apelo aos muçulmanos
Já Mayawati, líder do Partido Bahujan Samaj e representante dos dalits - trabalhadores braçais da casta mais baixa da Índia -, pediu aos muçulmanos que não dividissem os votos entre os vários partidos e que votassem como um só pela aliança formada por partidos regionais do Estado indiano de Uttar Pradesh, o mais populoso do país.
“Quero dizer aos eleitores muçulmanos que não têm de dividir os votos”, referiu. “Em vez disso, devem votar apenas num lado e assegurar” que a oposição é bem-sucedida.
Mayawati foi banida da campanha durante 48 horas devido a estes comentários, considerados “provocadores”.
As regras ditam que os políticos indianos não podem apelar ao voto nem tentar dividir os eleitores com base na religião ou sistema de castas nem incentivar à violência entre regiões.
Um “tigre sem dentes”
As decisões de banir temporariamente os candidatos chegaram depois de o Supremo Tribunal da Índia ter chamado à atenção a Comissão Eleitoral por esta não dar resposta às queixas sobre Adityanath e Mayawati.
“A Comissão Eleitoral diz que não tem poder”, avançou Ranjan Gogoi, chefe de Justiça da Índia. “Terá sequer noção dos seus poderes?”, questionou. A Comissão, responsável por garantir que as regras eleitorais relativas ao código de conduta são cumpridas, ter-se-á comparado a um “tigre sem dentes”.
As urnas estão abertas desde 11 de abril e assim permanecerão até dia 19 de maio, com as votações a ser divididas em sete fases e os resultados a serem divulgados a 23 de maio. O atual primeiro-ministro, Narendra Modi, e o seu Partido do Povo Indiano estão à procura de uma reeleição, tendo como principal adversário o partido Congresso Nacional Indiano, liderado por Rahul Gandhi.