Indonésia nega acusações sobre hospital localizado acima de túneis do Hamas

A Indonésia negou hoje as alegações israelitas de que um hospital construído em Gaza com financiamento indonésio está localizado por cima de uma rede de túneis do Hamas e perto de uma plataforma de lançamento de foguetes.

Lusa /

Localizado em Bait Lahia, no norte da Faixa de Gaza, o hospital foi construído graças a doações de indonésios e de vários grupos de caridade em 2011.

O Hospital Indonésio de Gaza é "uma instalação construída pelo povo indonésio inteiramente para fins humanitários e para atender às necessidades médicas do povo palestiniano em Gaza", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Indonésia, em comunicado.

A declaração foi feita um dia depois de o porta-voz do exército israelita, Daniel Hagari, ter afirmado que o hospital indonésio tinha sido construído num local acima de uma rede de túneis do movimento islamita Hamas.

Hagari disse também que o Hamas estava a utilizar uma área próxima como base para lançar foguetes contra Israel e também apresentou provas da existência de um local de lançamento de mísseis a 75 metros do hospital.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Indonésia refutou as alegações sobre o hospital, que, tal como outros centros médicos na Faixa de Gaza devastada pela guerra, está atualmente a tratar pacientes muito além da sua capacidade.

A instituição de caridade indonésia que gere o hospital, MER-C, também rejeitou as alegações de que as instalações estão a ser utilizadas pelo Hamas.

"Aquilo de que Israel nos acusa pode ser uma condição prévia para lançarem um ataque ao hospital indonésio em Gaza", disse Sarbini Abdul Murad, diretor do MER-C, em Jacarta, na segunda-feira.

O Hamas tem repetidamente rejeitado estas acusações e disse, no domingo, estar preparado para permitir que observadores internacionais inspecionassem os hospitais para encontrarem de provas de utilização pelos combatentes.

Desde 07 de outubro, mais de 1.400 pessoas morreram em Israel, de acordo com as autoridades, a maioria das quais civis mortos no dia do ataque do Hamas, o mais mortífero da história de Israel. O movimento islamista palestiniano, classificado como organização terrorista pela UE e pelos Estados Unidos, entre outros, também fez mais de 240 reféns.

Os bombardeamentos de retaliação israelitas na Faixa de Gaza mataram mais de dez mil pessoas, incluindo mais de 4.000 crianças, de acordo com o Ministério da Saúde do Hamas.

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