Investigação atribui ao copiloto a queda do avião da Germanwings nos Alpes

Um procurador de Marselha confirmou esta quinta-feira que o copiloto estava sozinho no cockpit do Airbus da German Airwings pulverizado nos Alpes franceses. O mesmo procurador adianta que houve uma ação voluntária na queda do avião.

João Ferreira Pelarigo, RTP /
DR

O aparente responsável pela queda do avião da lowcost alemã foi o copiloto Andreas Lubitz, de 28 anos, entretanto identificado pela justiça francesa. Foi ele que iniciou, deliberadamente, a descida da aeronave. É o que indicam os dados recolhidos pelos investigadores.

A revista francesa Paris Match publicou entretanto uma fotografia de Lubitz.
Andreas Lubitz surge na imagem com a ponte Golden Gate de São Francisco, nos Estados Unidos, em fundo.

De acordo com o procurador Brice Robin, o copiloto estava sozinho aos comandos no momento da queda: "Recusou voluntariamente abrir a porta do cockpit ao piloto e voluntariamente iniciou a descida do avião".

As conclusões chegam agora a partir da análise das gravações de uma das caixas negras do aparelho.
O procurador francês responsável pelo inquérito adiantou ainda que o copiloto não estava referenciado por qualquer tipo de ligação ao terrorismo. Acrescentou mesmo que "nada permite dizer que se tenha tratado de um atentado terrorista".
"Nunca houve resposta"
Também o ministro alemão do Interior, Thomas de Maizière, saiu a público para afiançar que não foi apurado qualquer “indício de contexto terrorista” em torno do copiloto.
Reportagem de Helena Cruz Lopes e Rui Magalhães, RTP

O jornal norte-americano The New York Times tinha já avançado com a notícia de que um ex-militar francês teve acesso às gravações da caixa negra do avião que caiu nos Alpes e que os conteúdos áudio indicavam que o piloto saíra do cockpit antes da queda, não tendo conseguido voltar a entrar.
A falta de comunicação e os sinais de emergência entre a tripulação e os controladores de tráfego aéreo nos minutos antes do desastre fez aumentar as dúvidas junto daqueles que investigaram o caso.


O diário tinha já avançado que o copiloto, com apenas 360 horas de voo, não respondeu nem abriu a porta.

"O homem fora do cockpit bateu à porta e não houve resposta", disse o investigador citado pelo diário norte-americano. "Depois bateu com mais força e não houve resposta. Nunca houve resposta", acrescentou o ex-militar, que pediu anonimato. "Pode ouvir-se que ele tentou arrombar a porta".

As hipóteses de silêncio deliberado e intenção de provocar o acidente, bem como terrorismo, nunca tinham sido postas de parte.
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