Investigação internacional a explosão em hospital de Gaza não é apropriada, dizem EUA
O Governo norte-americano defendeu hoje que não considera "apropriado neste momento" a realização de uma investigação internacional à explosão num hospital de Gaza, insistindo que acredita na versão israelita, de um lançamento de foguetes falhado pela Jihad Islâmica.
"Não creio que seja apropriado neste momento", frisou o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, em conferência de imprensa.
O movimento islamita Hamas denunciou centenas de mortos na explosão ocorrida na terça-feira e acusou de imediato Israel, que nega o ataque e diz que se tratou do lançamento de um foguete pelo grupo islamita Jihad Islâmica que acabou por atingir o centro médico.
O porta-voz do Departamento de Estado norte-americano acrescentou que o governo liderado por Joe Biden está a conduzir a sua própria investigação e lamentou, em qualquer caso, que muitos meios de comunicação social e muitas pessoas tenham rapidamente acreditado na versão do Hamas, "uma organização terrorista".
Miller também apontou que, embora o Hamas "não tenha fornecido provas, o governo de Israel apresentou uma grande quantidade de provas", e pediu que, antes de determinar qualquer coisa ou de escolher uma versão ou outra, isso fosse levado em consideração.
O porta-voz enfrentou diversas perguntas de jornalistas sobre a demissão de um elemento do Departamento de Estado, em protesto contra a decisão dos Estados Unidos de continuar a fornecer ajuda militar a Israel neste momento, apesar dos ataques à população civil de Gaza.
"Entendemos, esperamos e apreciamos os diversos pontos de vista das pessoas que trabalham neste departamento", garantiu Miller.
No entanto, deixou claro que Washington apoia fortemente o direito e mesmo a obrigação de Israel de se defender destes ataques terroristas, da mesma forma que pediu àquele país que cumprisse direito internacional nas suas operações militares.
Miller reconheceu que as armas norte-americanas "não podem ser usadas contra a população civil", mas também admitiu que "uma das tragédias da guerra é que sempre há mortes de civis, e o que é necessário é que sejam minimizadas".
Hoje cumpre-se o 13.º dia de guerra, iniciada com o ataque surpresa do grupo islamita Hamas em território israelita que provocou, segundo as autoridades judaicas, cerca de 1.400 mortos e 4.000 feridos.
O movimento islamita capturou também 200 pessoas, mantidas em cativeiro em Gaza e algumas delas entretanto mortas -- segundo o Hamas, pelos bombardeamentos israelitas. Outras milícias capturaram mais 50 pessoas, o que perfaz um total de 250 reféns.
Israel reagiu ao ataque de 07 de outubro declarando guerra ao Hamas, impondo um bloqueio total à entrada de ajuda humanitária e iniciando intensos bombardeamentos que segundo as autoridades palestinianas já provocaram mais de 3.700 mortos.