Irão avisa que nova resolução da Agência de Energia Atómica afetará relações

O Irão avisa que a eventual aprovação pelo Conselho de Governadores da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) de uma nova resolução crítica do país afetará "de forma negativa" a relação com aquela agência das Nações Unidas.

Lusa /

Em causa está uma resolução que, segundo a missão iraniana para as Nações Unidas em Viena, os Estados Unidos e o chamado E3 - Reino Unido, França e Alemanha - pretendem apresentar na reunião trimestral do Conselho de Governadores que se realiza na próxima semana na capital austríaca.

"Se este projeto de resolução for aprovado, tal afetará inevitavelmente e de forma negativa o curso positivo da cooperação entre o Irão e a AIEA", sublinhou na sexta-feira, na rede social X, a missão iraniana.

Para Teerão, a iniciativa constitui "uma nova tentativa deliberada" de politizar o Conselho e é um "outro erro grave, depois do chamado `snapback`", um mecanismo que Londres, Paris e Berlim invocaram para reativar antigas resoluções e sanções do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) que tinham sido suspensas com o acordo nuclear de 2015, que expirou em outubro passado.

Segundo um relatório confidencial conhecido na quarta-feira, a AIEA pediu ao Irão para verificar "o mais rapidamente possível, a fim de dissipar preocupações", os inventários de materiais nucleares do país, uma vez que ainda não conseguiu verificar o estado das suas reservas de urânio, desde que Israel atacou as instalações nucleares e militares da República Islâmica durante 12 dias em junho.

O último relatório da agência da ONU, realizado em setembro, apontou que Teerão mantém uma reserva de 440,9 quilogramas de urânio enriquecido até 60%, um valor muito próximo dos 90% necessários para uso bélico.

A AIEA desempenha um papel central e essencial na aplicação do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP), um tratado internacional para impedir a disseminação de armas nucleares, promover o desarmamento nuclear e fomentar o uso pacífico da energia nuclear.

No mês passado, o diretor da Agência da Energia Atómica da República Islâmica do Irão, Mohamed Eslami, garantiu que "não está na agenda" uma eventual saída do TNP, acordo ao qual aderiu em 1970.

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