Irão realiza funeral de Estado para oficiais superiores mortos por Israel

Milhares de pessoas assistiram na manhã deste sábado, na capital do Irão, aos funerais de 60 militares e cientistas ligados ao programa nuclear mortos durante o conflito com Israel.

RTP /
Majid Asgaripour - WANA via Reuters

Entre os mortos nesta guerra de 12 dias está o chefe das Forças Armadas iranianas, major-general Mohammad Bagheri, o comandante da Guarda Revolucionária, general Hossein Salami, e o chefe da Força Aeroespacial da Guarda, general Amir Ali Hajizadeh.

Os seus caixões foram levados para a Praça Azadi, em Teerão, envoltos na bandeira iraniana e adornados com as suas fotos, pétalas de rosa e flores, enquanto a multidão agitava bandeiras iranianas. Bagheri, Salami e Hajizadeh foram mortos a 13 de junho, o primeiro dia deste conflito.

A televisão estatal noticiou que o funeral, apelidado de "procissão fúnebre dos Mártires do Poder", foi realizado para um total de 60 pessoas mortas na guerra, incluindo quatro mulheres e quatro crianças.

Participaram no funeral o presidente Masoud Pezeshkian e outras figuras importantes, incluindo Ali Shamkhani, gravemente ferido durante o conflito e conselheiro do líder supremo do Irão, o ayatollah Ali Khamenei.

O funeral decorre no quinto dia de cessar-fogo entre Israel e o Irão. Israel argumentou que esta guerra visava impedir Teerão de desenvolver as suas próprias armas nucleares, perante os indícios de que o Irão está a enriquecer o urânio em níveis muito acima do limite permitido pelo acordo nuclear de 2015 para fins militares, algo que o Irão tem recusado recorrentemente.

Na sexta-feira, o presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou que os Estados Unidos realizariam "sem dúvida" novos ataques contra o Irão se o país enriquecesse urânio a níveis que lhe permitissem obter armas nucleares.

Trump acusou ainda o ayatollah Ali Khamenei de falta de gratidão, alegando tê-lo salvo de "uma morte horrível e ignominiosa". Na rede social Truth Social, o presidente norte-americano diz ter dado uma “sova” ao Irão.

Ali Khamenei, por sua vez, diz que Washington “não ganhou nada” com os seus ataques a instalações nucleares iranianas e afirma que Teerão “desferiu uma bofetada retumbante na cara da América".

De acordo com o Ministério da Saúde iraniano, pelo menos 627 civis foram mortos e quase 4.900 ficaram feridos durante a guerra de 12 dias. Israel, por seu turno, reporta 28 mortos e 3.238 feridos.

c/agências
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