Mundo
Isabel II de Inglaterra, nove décadas de vida
Não tem carta. Não vota. Faz esta quinta-feira 90 anos. Isabel II celebra no castelo de Windsor nove décadas de vida que serão assinaladas em vários pontos do globo, onde a rainha de Inglaterra mantém pergaminhos desde há mais de meio século de reinado.
Isabel II, Elizabeth II para os ingleses, nasceu a 21 de abril de 1926. Com 26 anos tornou-se rainha de uma das mais antigas monarquias do mundo, sucedendo ao seu pai, o rei Jorge VI. Foi a 6 de fevereiro de 1952.
A morte prematura do pai, aos 56 anos, fê-la ascender ao trono mais cedo do que esperava. Tinha 26 anos, menos de metade da idade de Carlos, seu filho e príncipe herdeiro, que já conta 67.
No ano passado tornou-se na soberana com o reinado mais longo da história britânica, ultrapassando a trisavó, a rainha Vitória, que permaneceu no trono até à morte, em 1901. É também a monarca que mais tempo viveu.

DR
A sua coroação acabou por ser fruto de acasos, já que o pai de Isabel não estava na linha directa de sucessão à coroa. A ascensão do rei Jorge VI apenas acontece devido à socialite norte-americana Wallis Simpson, por quem o seu irmão Eduardo VIII abdicaria da coroa a 11 de Dezembro de 1936, ao fim de escassos dez meses de reinado.
Wallis, com dois casamentos para trás, não era bem vista pela corte inglesa. Mas Eduardo VIII não via bem a corte inglesa sem Wallis.
Isabel II tem o título de rainha do Reino Unido e de chefe da Commonwealth, formada por 53 Estados. Tem ainda o título de governadora suprema da Igreja da Inglaterra.
Ao ascender ao trono em 6 de fevereiro de 1952, Isabel tornou-se chefe da Comunidade Britânica e rainha de sete países independentes: Reino Unido, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, África do Sul, Paquistão e Ceilão (Sri Lanka desde 1972).

Reuters
Isabel é ainda rainha da Jamaica, Barbados, Bahamas, Granada, Papua-Nova Guiné, Ilhas Salomão, Tuvalu, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, Belize, Antígua e Barbuda e São Cristóvão e Nevis.
Um dia normal?
A rainha deverá passar um dia como todos os outros. Não é a primeira vez que faz questão de se manter na rotina e dentro da agenda em ocasiões solenes e datas marcantes. De acordo com o protocolo, as comemorações oficiais estão guardadas para o mês de junho, no dia 11, com o habitual desfile junto ao Palácio de Buckingham, por onde passarão carruagens e militares em uniformes de gala.
Em Windsor, a pequena cidade a oeste de Londres onde tem a residência de fim-de-semana, há fotografias suas nas janelas. É aí que Isabel II passará o dia. Entretanto, já visitou o posto de correios local e inaugurarou um coreto num jardim. Vai ainda ser presenteada com um almoço nos paços do concelho, onde se destaca um bolo preparado por Nadia Jamir Hussain, vencedora do popular programa "Great British Bake Off".

Toby Melville, Reuters
Ao final do dia, juntamente com o marido, Filipe, o filho Carlos e a esposa deste, Camilla, vai inaugurar uma placa comemorativa do início de um percurso de quatro milhas (6,5 quilómetros). O itinerário liga 63 pontos da cidade em homenagem aos 63 anos de reinado completos no ano passado, tornando-se assim na monarca britânica no trono há mais tempo.
Depois, a rainha vai acender o primeiro de mais de um milhar de lanternas comemorativas que vão arder em todo o país e territórios ultramarinos e a seguir cumprimentar populares.
À noite, terá um jantar de família privado organizado pelo filho Carlos e onde deverão estar representadas quatro gerações da família Windsor. Como é tradição, todos os anos, há uma salva de 41 disparos em Hyde Park e 62 disparos na Torre de Londres.
Longevidade
Além de se ter tornado no ano passado a soberana com o reinado mais longo da história britânica, ultrapassando a trisavó, a rainha Vitória, que permaneceu no trono até à morte, em 1901, é também aquela que viveu mais tempo.

Phil Noble, Reuters
Uma sondagem divulgada recentemente pela universidade King`s College London indicava que 70% dos inquiridos são favoráveis a que a monarca nonagenária mantenha a coroa até conseguir, um número recorde desde 1981 e prova da popularidade de Isabel II.
Mas a monarquia nem sempre foi popular como é agora e a estima que a rainha hoje merece aos britânicos foi reconquistada nos últimos anos graças à personalidade discreta, austera e de permanente serviço público.
À prova de escândalos
O divórcio dos filhos Carlos e André e da princesa Ana no mesmo ano levando a monarca a apelidar 1992 de "annus horribilis", mas provavelmente o período mais difícil do reinado terá sido cinco anos mais tarde, em 1997, quando a princesa Diana morreu em circunstâncias trágicas num desastre de automóvel em Paris.
Aos escândalos familiares, às adversidades políticas e às mudanças históricas a que assistiu - conviveu com 12 primeiros-ministros britânicos e 11 presidentes dos EUA -, Isabel II respondeu sempre com sentido de Estado e de dever, razão pela qual merece respeito dos súbditos.

David Parker, Reuters
À margem, mantém uma vida privada recatada, de proximidade com o marido, o príncipe consorte Filipe, com quem teve ao todo quatro filhos (Carlos, Ana, André e Eduardo) num casamento que já dura há 69 anos.
No início deste mês, o príncipe William, que representou a avó numa visita à Índia no início deste mês, saudou a rainha, que, mesmo aos 90 anos continua a ser "uma força condutora dedicada e admiravelmente energética para a família". E acrescentou: "Ela pode ser a minha avó, mas ela ainda é a chefe".
c/ Lusa
A morte prematura do pai, aos 56 anos, fê-la ascender ao trono mais cedo do que esperava. Tinha 26 anos, menos de metade da idade de Carlos, seu filho e príncipe herdeiro, que já conta 67.
No ano passado tornou-se na soberana com o reinado mais longo da história britânica, ultrapassando a trisavó, a rainha Vitória, que permaneceu no trono até à morte, em 1901. É também a monarca que mais tempo viveu.
DR
A sua coroação acabou por ser fruto de acasos, já que o pai de Isabel não estava na linha directa de sucessão à coroa. A ascensão do rei Jorge VI apenas acontece devido à socialite norte-americana Wallis Simpson, por quem o seu irmão Eduardo VIII abdicaria da coroa a 11 de Dezembro de 1936, ao fim de escassos dez meses de reinado.
Wallis, com dois casamentos para trás, não era bem vista pela corte inglesa. Mas Eduardo VIII não via bem a corte inglesa sem Wallis.
Isabel II tem o título de rainha do Reino Unido e de chefe da Commonwealth, formada por 53 Estados. Tem ainda o título de governadora suprema da Igreja da Inglaterra.
Ao ascender ao trono em 6 de fevereiro de 1952, Isabel tornou-se chefe da Comunidade Britânica e rainha de sete países independentes: Reino Unido, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, África do Sul, Paquistão e Ceilão (Sri Lanka desde 1972).
Reuters
Isabel é ainda rainha da Jamaica, Barbados, Bahamas, Granada, Papua-Nova Guiné, Ilhas Salomão, Tuvalu, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, Belize, Antígua e Barbuda e São Cristóvão e Nevis.
Um dia normal?
A rainha deverá passar um dia como todos os outros. Não é a primeira vez que faz questão de se manter na rotina e dentro da agenda em ocasiões solenes e datas marcantes. De acordo com o protocolo, as comemorações oficiais estão guardadas para o mês de junho, no dia 11, com o habitual desfile junto ao Palácio de Buckingham, por onde passarão carruagens e militares em uniformes de gala.
Em Windsor, a pequena cidade a oeste de Londres onde tem a residência de fim-de-semana, há fotografias suas nas janelas. É aí que Isabel II passará o dia. Entretanto, já visitou o posto de correios local e inaugurarou um coreto num jardim. Vai ainda ser presenteada com um almoço nos paços do concelho, onde se destaca um bolo preparado por Nadia Jamir Hussain, vencedora do popular programa "Great British Bake Off".
Toby Melville, Reuters
Ao final do dia, juntamente com o marido, Filipe, o filho Carlos e a esposa deste, Camilla, vai inaugurar uma placa comemorativa do início de um percurso de quatro milhas (6,5 quilómetros). O itinerário liga 63 pontos da cidade em homenagem aos 63 anos de reinado completos no ano passado, tornando-se assim na monarca britânica no trono há mais tempo.
Depois, a rainha vai acender o primeiro de mais de um milhar de lanternas comemorativas que vão arder em todo o país e territórios ultramarinos e a seguir cumprimentar populares.
À noite, terá um jantar de família privado organizado pelo filho Carlos e onde deverão estar representadas quatro gerações da família Windsor. Como é tradição, todos os anos, há uma salva de 41 disparos em Hyde Park e 62 disparos na Torre de Londres.
Longevidade
Além de se ter tornado no ano passado a soberana com o reinado mais longo da história britânica, ultrapassando a trisavó, a rainha Vitória, que permaneceu no trono até à morte, em 1901, é também aquela que viveu mais tempo.
Phil Noble, Reuters
Uma sondagem divulgada recentemente pela universidade King`s College London indicava que 70% dos inquiridos são favoráveis a que a monarca nonagenária mantenha a coroa até conseguir, um número recorde desde 1981 e prova da popularidade de Isabel II.
Mas a monarquia nem sempre foi popular como é agora e a estima que a rainha hoje merece aos britânicos foi reconquistada nos últimos anos graças à personalidade discreta, austera e de permanente serviço público.
À prova de escândalos
O divórcio dos filhos Carlos e André e da princesa Ana no mesmo ano levando a monarca a apelidar 1992 de "annus horribilis", mas provavelmente o período mais difícil do reinado terá sido cinco anos mais tarde, em 1997, quando a princesa Diana morreu em circunstâncias trágicas num desastre de automóvel em Paris.
Aos escândalos familiares, às adversidades políticas e às mudanças históricas a que assistiu - conviveu com 12 primeiros-ministros britânicos e 11 presidentes dos EUA -, Isabel II respondeu sempre com sentido de Estado e de dever, razão pela qual merece respeito dos súbditos.
David Parker, Reuters
À margem, mantém uma vida privada recatada, de proximidade com o marido, o príncipe consorte Filipe, com quem teve ao todo quatro filhos (Carlos, Ana, André e Eduardo) num casamento que já dura há 69 anos.
No início deste mês, o príncipe William, que representou a avó numa visita à Índia no início deste mês, saudou a rainha, que, mesmo aos 90 anos continua a ser "uma força condutora dedicada e admiravelmente energética para a família". E acrescentou: "Ela pode ser a minha avó, mas ela ainda é a chefe".
c/ Lusa