Israel acha "intolerável" uso de símbolos nazis pelo príncipe Harry

Israel classificou de "intolerável" o recente uso de símbolos nazis pelo príncipe britânico Harry, segundo filho de Carlos e Diana, no disfarce para uma festa privada que causou escândalo no seu país e no estrangeiro.

Agência LUSA /

"A exibição de símbolos nazis é sempre intolerável para os judeus e para Israel. Não se pode mostrar compreensão, nem tolerância", vincou aos jornalistas o ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Sylvan Shalom.

"Quem justificar a situação com o argumento de se ter tratado apenas um comportamento de mau gosto está a induzir outros a pensar que aquela época - III Reich - não foi assim tão terrível como os adultos fazem hoje crer aos jovens no mundo livre", afirmou.

Shalom lembrou que, dentro de duas semanas, é assinalado mais um aniversário da libertação, pelos aliados, no fim da segunda guerra mundial, do campo de concentração de Auschwitz (Polónia), onde os nazis mataram cerca de 1,5 milhões de pessoas, a maioria judeus.

As fotografias do príncipe Harry, que já pediu publicamente desculpas, apareceram nas capas das principais publicações britânicas e suscitaram o protesto interno - com a oposição conservadora a exigir que apresentasse desculpas pelo seu acto - e de organizações judaicas.

Uma sondagem da SkyNews mostra, entretanto, que os britânicos dão pouca importância ao incidente. Para 57,73 por cento, trata-se de uma "brincadeira inofensiva" e para 25,74 por cento de uma simples demonstração de "mau gosto".

Apenas 16,52 vêem na exibição do príncipe um "insulto grave".

Segundo um comunicado do Centro Simon Wiessenthal enviado à imprensa israelita, "foi um acto vergonhoso e insensível para com as vítimas do holocausto e para os soldados britânicos que deram a vida para derrotar o nazismo".

A organização, dedicada à busca e captura de criminosos de guerra nazis e a reunir documentação sobre aquela época, exortou o príncipe Harry a acompanhar a delegação britânica às comemorações do 60º aniversário da libertação de Auschwitz, no próximo dia 27.

Está previsto que a estas cerimónias assistam mais de 10.000 pessoas, entre as quais pelo menos uma dezena de chefes de estado e de governo da Europa e da América.

As comemorações são antecedidas, no dia 24, por uma sessão especial na Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, sobre o holocausto.


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