Israel acompanha referendo europeu com preocupação
Os meios de comunicação israelitas têm acompanhado a situação na Europa, onde domingo se realiza em França o referendo à Constituição Europeia, com a possibilidade da vitória do "não" bastante viável aos olhos dos observadores israelitas da política europeia.
A Holanda realiza, a 02 de Junho, o referendo à Constituição Europeia, no qual é provável que se repita o "não".
Dois diários israelitas, o "Haaretz" e o "Yediot Aharonot", publicaram esta semana artigos de opinião pelo director de investigação e planeamento estratégico do Hudson Institute, em Washington, o israelita Raanan Eliaz.
Eliaz defende que caso a Constituição Europeia seja ratifica, o modo como a União Europeia é governada sofrerá mudanças significativas, o que implicará - mesmo no caso de não ser ratificada - consequências importantes para a posição de Israel.
O compromisso de todos os Estados membros numa política externa comum conduzirá a uma melhoria considerável na posição da UE no Mundo.
Alguns observadores consideram que uma Europa mais forte assumirá um papel mais positivo e mais responsável no Médio Oriente.
Por outro lado, um parceiro europeu mais poderoso poderá tornar-se numa alternativa às políticas dos Estados Unidos e da NATO, ou mesmo vir a assumir posições de concorrência com estas.
Os países considerados amigos de Israel, na União Europeia, poderão, por seu lado, assumir posições menos empáticas com este país, se a influência e a autoridade de Bruxelas se tornarem predominantes.
Segundo observadores israelitas, o insucesso da constituição europeia também terá consequências políticas que os israelitas terão de ter em consideração.
Uma Europa dividida em dois blocos, um de países ligados entre si por uma união mais frouxa, ou que se afastem da UE, e outro coeso e de linha mais dura, liderado pela Alemanha e pela França, poderá levar estes últimos a assumir uma política externa na direcção aposta à dos Estados Unidos.
A problemática da exclusão da Turquia e dos países balcânicos, cujo ingresso na UE estava previsto, poderá causar desilusões e afectar a estabilidade da região.
Israel teria, então, um parceiro europeu mais poderoso, mas menos atento aos problemas que afectam este país, tornando a cooperação mais difícil e criando um vácuo perigoso nas relações económicas e de segurança, tão importantes para Israel.
Mas, ao mesmo tempo, Israel poderia conseguir novas oportunidades para o estabelecimento de relações bilaterais reforçadas com alguns parceiros europeus.
Os analistas prevêem também que uma aproximação entre Israel e a NATO se tornará mais relevante do que nunca.