Israel aprendeu com Auschwitz a assegurar a sua defesa - Sharon
Israel aprendeu a lição de Auschwitz assegurando a sua própria defesa contra os inimigos, declarou hoje o primeiro-ministro israelita durante uma sessão especial no parlamento (Knesset) dedicada ao 60/0 aniversário da libertação deste campo de extermínio.
"O Estado de Israel aprendeu a lição de Auschwitz. Aprendeu a defender-se, a defender os seus habitantes contra os seus inimigos e constitui um abrigo para todos os judeus. A lição é que podemos contar apenas com nós próprios", disse Ariel Sharon.
Neste sentido, o primeiro-ministro israelita qualificou de "legítima defesa" as decisões tomadas pelo seu governo "para lutar contra os terroristas palestinianos", decisões, observou, consideradas pelos inimigos de Israel "agressivas e comparáveis àquilo que foi feito pelos nazis" aos judeus.
Sharon citou, a propósito, o activista dos direitos cívicos norte-americano Martin Luther King, que afirmava que "o anti-sionismo não é mais do que anti-semitismo disfarçado".
O primeiro-ministro israelita criticou a atitude dos Aliados durante a segunda Guerra Mundial, porque "sabiam que os judeus estavam em vias de ser exterminados e nada fizeram".
"Eles (países aliados) tudo fizeram para não enfrentar o problema. Por exemplo, recusaram-se a bombardear as vias férreas que ligavam a Hungria a Auschwitz, onde 10.000 judeus eram mortos todos os dias", acusou Sharon.
"O mundo - insistiu - não se importava que se matassem judeus. É a única conclusão que se pode tirar".
"Sessenta anos após Auschwitz, os testemunhos quase desaparecem e a ignorância cresce. Muitos não sabem o que se passou naquela época. Sessenta anos depois, a raiva ameaça de novo", considerou.
Nesta sequência, assegurou que os israelitas tudo farão para que Auschwitz "não seja esquecido".
"Israel - disse - é um pequeno Estado, mas muito capaz. Israel é o único país no mundo onde os judeus se podem defender. Nunca cederemos neste ponto. É a nossa responsabilidade histórica, é a minha responsabilidade".
Antes da intervenção do primeiro-ministro israelita rezou-se uma oração em memória das vítimas do nazismo, na presença do corpo diplomático em Israel.