Israel confirma deportação de pelo menos 137 ativistas da flotilha de Gaza para a Turquia
O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel avançou que pelo menos 137 ativistas pró-palestinianos da Flotilha Global Sumud estavam a ser deportados para a Turquia. Informação que o Governo turco também já confirmou este sábado, após terem sido intercetados dezenas de barcos na quarta-feira quando tentavam chegar a Gaza. Entre as pessoas que as forças israelitas detiveram estão agora a deportar para Istambul estão cidadãos de várias nacionalidades, mas nenhuma, para já, portuguesa.
O avião que transportou os cerca de 137 ativistas da Flotilha Global Sumud, detidos por Israel em águas internacionais, partiu do Aeroporto Ramon em Eilat, Israel, e chegou a Istambul pelas 12h40 deste sábado. Os cidadãos de várias nacionalidades foram recebidos pelas autoridades turcas.
O próprio ministro turco dos Negócios Estrangeiros, Hakan Fidan, deu as boas-vindas aos ativistas, elogiando a coragem e determinação. Apelando a que sejam libertados os restantes cidadãos ainda sob custódia israelita, Fidan considerou-os corajosos por assumirem uma posição honrosa contra a opressão e por lutarem por justiça e valores humanos."Outros 137 provocadores da flotilha Hamas-Sumud foram hoje deportados para a Turquia", anunciou o Ministério israelita dos Negócios Estrangeiros num comunicado publicado na rede social X. "Israel procura acelerar a expulsão de todos os provocadores", lê-se ainda no texto, especificando que "alguns deles estão a obstruir deliberadamente o processo legal de expulsão".
De acordo com as autoridades israelitas e turcas, os ativistas deportados este sábado eram cidadãos dos Estados Unidos, Itália, Reino Unido, Suíça, Jordânia, Emirados Árabes Unidos, Argélia, Marrocos, Kuwait, Líbia, Malasia, Mauritania, Turquia e Tunísia.
"Não autorizaram ninguém da embaixada a ir ou estar com eles porque é o Shabat. É uma desculpa que é inaceitável", disse aos jornalistas esta tarde.
A participar num protesto em Lisboa, pela libertação dos ativistas, a eurodeputada lamentou a falta de previsão sobre o regresso e acusou o Governo português de ser cúmplice de Israel. A equipa jurídica da Flotilha Global Sumud em Israel confirmou também que se reuniu com 80 participantes, de um total de mais de 400 detidos, antes das audiências judiciais e afirmou que foram realizadas 200 audiências entre quinta e sexta-feira "sem aviso prévio aos advogados" e, por isso, "sem a assistência da ONG Adalah, responsável pela defesa".
De acordo com um comunicado desta ONG, "as audiências continuam" e os advogados estão na prisão na cidade de Ktziot, onde estão detidos "centenas de membros da flotilha".
O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel afirmou ainda, através das redes sociais, que todos os ativistas detidos estavam "seguros e com boa saúde", acrescentando que estava ansioso para concluir as deportações "o mais rápido possível".
A Flotilha Global Sumud foi intercetada pelos israelitas quando se aproximava da costa da Faixa de Gaza. Israel alega que a flotilha é apoiada pelo Hamas. Centenas de ativistas a bordo destes barcos foram detidos pelas forças israelitas, na quarta-feira, e aguardavam a deportação.
A Turquia anunciou que 36 dos seus cidadãos regressariam a casa na tarde de hoje a bordo de um voo especial. Na sexta-feira, Israel já tinha expulsado quatro ativistas italianos.A flotilha partiu no mês passado, levando políticos e ativistas, incluindo quatro portugueses - a atriz Sofia Aparício, a deputada Mariana Mortágua, o ativista Miguel Duarte e Diogo Chaves -, como a sueca Greta Thunberg.