Israel culpa Hamas. Membros da Fundação Humanitária de Gaza abatidos

por Carlos Santos Neves - RTP
Mahmoud Issa - Reuters

Pelo menos cinco funcionários da Fundação Humanitária de Gaza, estrutura apoiada por Estados Unidos e Israel, morreram na noite de quarta-feira durante um ataque atribuído ao Hamas. O Governo do Estado hebraico veio já acusar o movimento de resistência de explorar o sofrimento naquele território palestiniano.

O balanço de cinco mortos foi avançado na última noite pela prória Fundação Humanitária de Gaza. O alvo do ataque atribuído a combatentes do Hamas foi um autocarro que transportava mais de 24 elementos da organização secundada por israelitas e norte-americanos.O autocarro da Fundação Humanitária Gaza foi visado pelas 22h00 locais (20h00 em Lisboa). Há registo de vários feridos.

"No momento do ataque, a nossa equipa estava em viagem para um dos nossos centros de distribuição na zona oeste de Khan Younis", adiantou a estrutura em comunicado.

A Fundação Humanitária de Gaza expressou o receio de que o movimento palestiniano tenha feito reféns no que descreveu como "ataque contra a humanidade", exortando a comunidade internacional a "condenar imediatamente o Hamas pelo ataque não provocado e as ameaças contínuas contra trabalhadores que apenas tentam alimentar o povo palestiniano".

"Apesar deste hediondo ataque, vamos continuar a nossa missão de providenciar ajuda fundamental à população de Gaza", vincou.A GHF, na sigla em inglês, tem sido reprovada pela ONU e por outras organizações, que a acusam de quebrar normas de neutralidade. A fundação enquadra-se num plano que prevê a presença de segurança privada e do exército israelita nos pontos de distribuição de comida.


Por sua vez, a Defesa Civil de Gaza vieram denunciar que as forças israelitas abriram fogo contra palestinianos que recebiam ajuda humanitária num centro da Fundação Humanitária - morreram pelo menos 31 pessoas e outras 200 ficaram feridas.

O ministro israelita dos Negócios Estrangeiros, Gideon Saar, recorreu às redes sociais para alegar que, na sequência de ameaças e disrupções na distribuição de ajuda humanitária, o Hamas optou pelo "assassínio a sangue frio".

O governante israelita acrescentou que o moviento radical está a explorar o sofrimento no território, a "abandonar o próprio povo" e a alvejar "aqueles que ajudam a salvar vidas".

O ataque desencadeado a 7 de outubro de 2023, em solo israelita, pelo Hamas fez 1.218 mortes, segundo um balanço da agência France-Presse. Desde então, a contraofensiva israelita causou mais de 55 mil mortes entre os palestinianos, a maioria civis. O número assenta em dados do Ministério da Saúde do território.

c/ agências
Tópicos
PUB