Mundo
Guerra no Médio Oriente
Israel identifica corpos de dois reféns entregues pelo Hamas
Israel identificou os restos mortais dos reféns Amiram Kuper e Sahar Baruch, cujos corpos foram devolvidos pelo Hamas. Na Faixa de Gaza, os palestinianos formam longas filas à porta das instituições bancárias numa tentativa frustrada de levantar dinheiro.
O comunicado do gabinete do primeiro-ministro israelita especifica que as famílias dos falecidos foram informadas após "a conclusão do processo de identificação pelo Instituto Nacional de Medicina Legal".
Sahar Baruch foi raptado do Kibutz Beeri a 7 de outubro de 2023 e levado para Gaza, onde foi morto numa operação de resgate falhada do exército dois meses depois. Tinha 25 anos na altura da morte.
Amiram Kuper, com 84 anos na altura do rapto, foi levado juntamente com a sua mulher, Nourit, da sua casa no kibutz Nir Oz. Israel anunciou a sua morte em cativeiro em junho de 2024. O braço armado do Hamas devolveu os dois corpos à Cruz Vermelha na quinta-feira, que os entregou ao exército israelita na Faixa de Gaza, no âmbito do acordo de cessar-fogo em vigor desde 10 de outubro.
As Brigadas Ezzedine al-Qassam tinham anunciado ao início da tarde de quinta-feira, no seu canal de Telegram, que iriam entregar os corpos de "dois prisioneiros israelitas".
Em comunicado, o Fórum das Famílias de Reféns e Desaparecidos manifestou o seu apoio às famílias de Kuper e de Baruch e apelou ao repatriamento dos corpos dos outros reféns falecidos.
O movimento islâmico palestiniano já devolveu os restos mortais de 17 dos 28 corpos que ainda se encontravam em Gaza e que deveriam ter sido devolvidos no início da trégua, alegando que localizar os restos mortais é "complexo e difícil" no território devastado.
Nos termos do acordo de cessar-fogo, o Hamas libertou todos os reféns vivos em troca de quase dois mil prisioneiros palestinianos e detidos durante a guerra, enquanto Israel retirou as suas tropas, interrompeu a sua ofensiva e aumentou a ajuda ao território.O Hamas também concordou em entregar os restos mortais de todos os 28 reféns mortos em troca de 360 militantes palestinianos mortos na guerra. Até quinta-feira, tinha devolvido 15 corpos.
Israel afirma que o Hamas tem sido demasiado lento na entrega dos corpos dos reféns que ainda se encontram em Gaza. O Hamas diz que vai demorar tempo para localizar e recuperar todos os restos mortais.
O Hamas fez 251 pessoas reféns durante o ataque de 7 de outubro de 2023 contra Israel, que desencadeou a guerra.
Este ataque resultou na morte de 1.221 pessoas do lado israelita, a maioria civis, segundo uma contagem compilada pela AFP a partir de dados oficiais.
A ofensiva israelita lançada em retaliação fez 68.531 mortos em Gaza, a maioria civis, de acordo com dados do Ministério da Saúde, controlado pelo Hamas.
Mais ataques aéreos na quinta-feira
Testemunhas relataram que aviões israelitas realizaram dez ataques aéreos em áreas a leste de Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, enquanto tanques bombardearam áreas a leste da Cidade de Gaza, no norte, antes do amanhecer de quinta-feira. Não houve registo de vítimas.
Os militares israelitas afirmaram ter realizado ataques "precisos" contra "infraestruturas terroristas que representavam uma ameaça para as tropas" nas zonas de Gaza onde as suas forças ainda estão posicionadas. Bancos recém-reabertos não têm dinheiro
O cessar-fogo em Gaza aliviou o trauma dos ataques aéreos e do bloqueio israelita, mas a escassez de dinheiro em numerário deixou os palestinianos incapazes de gastar o pouco que têm sem se tornarem vítimas de aproveitadores que se aproveitam da guerra.
Os bancos, muitos danificados ou destruídos, juntamente com casas, escolas e outras instituições em Gaza durante dois anos de guerra, começaram a reabrir a 16 de Outubro, seis dias após o anúncio do cessar-fogo. Formaram-se longas filas, mas as pessoas saíram desiludidas."Não há dinheiro, não há liquidez no banco", disse à Reuters Wael Abu Fares, de 61 anos, pai de seis filhos, em frente ao Banco da Palestina. "Só se chega, faz as transações burocráticas e vai-se embora".
As pessoas necessitam de dinheiro em numerário para a maioria das transações do dia-a-dia em Gaza, seja para comprar alimentos no mercado ou para pagar contas de serviços públicos, mas Israel bloqueou a transferência de notas, tal como a maioria dos outros bens, após o ataque e a tomada em massa de reféns por militantes liderados pelo Hamas em outubro de 2023.
Em declarações à Reuters, o economista Mohammad Abu Jayyab afirmou que “ os bancos estão abertos, o ar condicionado está ligado, mas estão a fazer sobretudo transações eletrónicas, sem depósitos, sem levantamentos de dinheiro".
"As pessoas vão a alguns comerciantes gananciosos levantar os seus salários e estes dão-lhes dinhePara alguns palestinianos, a escassez de dinheiro proporcionou uma oportunidade de ganhar a vida. Manal al-Saidi, de 40 anos, repara notas danificadas para satisfazer algumas necessidades básicas.
iro em numerário mediante uma taxa elevadíssima, que varia entre os 20 por cento e, por vezes, chega aos 40 por cento".
Algumas pessoas recorrem a transferências eletrónicas através de aplicações bancárias até mesmo para artigos pequenos como ovos ou açúcar, mas os vendedores cobram taxas adicionais.
A questão do fornecimento de dinheiro em espécie a Gaza não foi incluída no plano de paz de 20 pontos do presidente norte-americano, Donald Trump, que também deixou os detalhes da reconstrução e da segurança por decidir.
Sahar Baruch foi raptado do Kibutz Beeri a 7 de outubro de 2023 e levado para Gaza, onde foi morto numa operação de resgate falhada do exército dois meses depois. Tinha 25 anos na altura da morte.
Amiram Kuper, com 84 anos na altura do rapto, foi levado juntamente com a sua mulher, Nourit, da sua casa no kibutz Nir Oz. Israel anunciou a sua morte em cativeiro em junho de 2024. O braço armado do Hamas devolveu os dois corpos à Cruz Vermelha na quinta-feira, que os entregou ao exército israelita na Faixa de Gaza, no âmbito do acordo de cessar-fogo em vigor desde 10 de outubro.
As Brigadas Ezzedine al-Qassam tinham anunciado ao início da tarde de quinta-feira, no seu canal de Telegram, que iriam entregar os corpos de "dois prisioneiros israelitas".
Em comunicado, o Fórum das Famílias de Reféns e Desaparecidos manifestou o seu apoio às famílias de Kuper e de Baruch e apelou ao repatriamento dos corpos dos outros reféns falecidos.
O movimento islâmico palestiniano já devolveu os restos mortais de 17 dos 28 corpos que ainda se encontravam em Gaza e que deveriam ter sido devolvidos no início da trégua, alegando que localizar os restos mortais é "complexo e difícil" no território devastado.
Nos termos do acordo de cessar-fogo, o Hamas libertou todos os reféns vivos em troca de quase dois mil prisioneiros palestinianos e detidos durante a guerra, enquanto Israel retirou as suas tropas, interrompeu a sua ofensiva e aumentou a ajuda ao território.O Hamas também concordou em entregar os restos mortais de todos os 28 reféns mortos em troca de 360 militantes palestinianos mortos na guerra. Até quinta-feira, tinha devolvido 15 corpos.
Israel afirma que o Hamas tem sido demasiado lento na entrega dos corpos dos reféns que ainda se encontram em Gaza. O Hamas diz que vai demorar tempo para localizar e recuperar todos os restos mortais.
O Hamas fez 251 pessoas reféns durante o ataque de 7 de outubro de 2023 contra Israel, que desencadeou a guerra.
Este ataque resultou na morte de 1.221 pessoas do lado israelita, a maioria civis, segundo uma contagem compilada pela AFP a partir de dados oficiais.
A ofensiva israelita lançada em retaliação fez 68.531 mortos em Gaza, a maioria civis, de acordo com dados do Ministério da Saúde, controlado pelo Hamas.
Mais ataques aéreos na quinta-feira
Testemunhas relataram que aviões israelitas realizaram dez ataques aéreos em áreas a leste de Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, enquanto tanques bombardearam áreas a leste da Cidade de Gaza, no norte, antes do amanhecer de quinta-feira. Não houve registo de vítimas.
Os militares israelitas afirmaram ter realizado ataques "precisos" contra "infraestruturas terroristas que representavam uma ameaça para as tropas" nas zonas de Gaza onde as suas forças ainda estão posicionadas. Bancos recém-reabertos não têm dinheiro
O cessar-fogo em Gaza aliviou o trauma dos ataques aéreos e do bloqueio israelita, mas a escassez de dinheiro em numerário deixou os palestinianos incapazes de gastar o pouco que têm sem se tornarem vítimas de aproveitadores que se aproveitam da guerra.
Mahmoud Issa - Reuters
Os bancos, muitos danificados ou destruídos, juntamente com casas, escolas e outras instituições em Gaza durante dois anos de guerra, começaram a reabrir a 16 de Outubro, seis dias após o anúncio do cessar-fogo. Formaram-se longas filas, mas as pessoas saíram desiludidas."Não há dinheiro, não há liquidez no banco", disse à Reuters Wael Abu Fares, de 61 anos, pai de seis filhos, em frente ao Banco da Palestina. "Só se chega, faz as transações burocráticas e vai-se embora".
As pessoas necessitam de dinheiro em numerário para a maioria das transações do dia-a-dia em Gaza, seja para comprar alimentos no mercado ou para pagar contas de serviços públicos, mas Israel bloqueou a transferência de notas, tal como a maioria dos outros bens, após o ataque e a tomada em massa de reféns por militantes liderados pelo Hamas em outubro de 2023.
Em declarações à Reuters, o economista Mohammad Abu Jayyab afirmou que “ os bancos estão abertos, o ar condicionado está ligado, mas estão a fazer sobretudo transações eletrónicas, sem depósitos, sem levantamentos de dinheiro".
"As pessoas vão a alguns comerciantes gananciosos levantar os seus salários e estes dão-lhes dinhePara alguns palestinianos, a escassez de dinheiro proporcionou uma oportunidade de ganhar a vida. Manal al-Saidi, de 40 anos, repara notas danificadas para satisfazer algumas necessidades básicas.
iro em numerário mediante uma taxa elevadíssima, que varia entre os 20 por cento e, por vezes, chega aos 40 por cento".
Algumas pessoas recorrem a transferências eletrónicas através de aplicações bancárias até mesmo para artigos pequenos como ovos ou açúcar, mas os vendedores cobram taxas adicionais.
A questão do fornecimento de dinheiro em espécie a Gaza não foi incluída no plano de paz de 20 pontos do presidente norte-americano, Donald Trump, que também deixou os detalhes da reconstrução e da segurança por decidir.
A escassez de notas e moedas agravou a crise para os habitantes de Gaza, que perderam familiares, empregos e casas, gastaram as suas poupanças e venderam os seus pertences para comprar alimentos, tendas e medicamentos. Alguns recorreram ao escambo (troca direta de bens ou serviços, sem uso de dinheiro) para sobreviver.
c/ agências