Mundo
Israel incluído com Al Qaeda e Boko Haram numa lista de organizações infanticidas
A representante especial do secretário-geral da ONU sobre "Crianças e Conflitos Armados" propôs incluir Israel numa lista com organizações classificadas como terroristas, por atentar frequentemente contra os direitos de crianças, incluindo o direito à vida. O Governo israelita está em campanha contra a aceitação da lista proposta.
Outas organizações constantes da "lista negra" proposta pela representante especial, a jurista argelina Leila Zerrougui, são os talibans, o "Estado Islâmico", o Boko Haram e Al Qaeda, bem como alguns Estados africanos, como a República do Congo ou a República Centro-Africana, entre outros.
O relatório de Zerrougui que fundamenta a proposta da lista refere a morte de 500 crianças palestinianas e ferimentos em mais de 3.300 durante o ataque israelita à Faixa de Gaza, no Verão do ano passado.
A lista será agora submetida ao secretário-geral, Ban Kimoon, que nos próximos dias deverá decidir sobre a sua adopção oficial pela ONU. Segundo o diário israelita Yedioth Aaronot, Moon tem sido sensível às pressões israelitas e norte-americanas, inclinando-se neste momento para não incluir o Exército israelita (IDF) na lista de Zerrougui.
Por outo lado, diplomatas palestinianos têm vindo a defender a aprovação da lista, beneficiando para tanto do apoio de organizações de direitos humanos e de altos funcionários da ONU, um dos quais enviou uma carta a Moon queixando-se de ter sido ameaçado, ele próprio e a sua família, por diplomatas israelitas em caso de inclusão do IDF na lista.
A principal preocupação israelita com a possível inclusão do IDF tem que ver com as sanções a que a mesma poderia abrir a porta. Segundo um funcionário do MNE israelita citado pelo Yedioth Aaronot, "prosseguimos os esforços para convencer o secretário-geral a não incluir Israel na lista".
E acrescentou que "há infelizmente muitas situações em que são mortas crianças em zonas de conflito e no entanto ninguém se atreve a colocá-las na lista. Sabem quantas crianças os sauditas mataram ao bombardearem o Iémen? Eu quero ver a representante argelina [Zerrougui] do secretário-geral da ONU atrever-se a incluir a Arábia Saudita na lista".
Também o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu colocou a questão da "lista negra" na agenda do seu encontro com o senador norte-americano Lindsey Graham, candidato à investidura republicana para as presidenciais de 2016, durante uma visita deste a Israel.
Graham, um tradicional apoiante de Israel, encontrou-se em tal sintonia com as preocupações israelitas que afirmou: "As Nações Unidas estão a ponderar incluir o Estado de Israel na mesma categoria do Boko Haram no que diz respeito a crimes contra crianças. Se isso alguma vez acontecer, (...) será uma vergonha que não pode passar sem resposta".
A "resposta" foi explicada sem rodeios: a ONU, a insistir na listagem de Israel ao lado de organizações terroristas, arrisca-se a um confronto com o Congresso, que poderá cortar-lhe a contribuição norte-americana. Esta, é bom lembrar, constitui um quarto de todo o orçamento da ONU.
O relatório de Zerrougui que fundamenta a proposta da lista refere a morte de 500 crianças palestinianas e ferimentos em mais de 3.300 durante o ataque israelita à Faixa de Gaza, no Verão do ano passado.
A lista será agora submetida ao secretário-geral, Ban Kimoon, que nos próximos dias deverá decidir sobre a sua adopção oficial pela ONU. Segundo o diário israelita Yedioth Aaronot, Moon tem sido sensível às pressões israelitas e norte-americanas, inclinando-se neste momento para não incluir o Exército israelita (IDF) na lista de Zerrougui.
Por outo lado, diplomatas palestinianos têm vindo a defender a aprovação da lista, beneficiando para tanto do apoio de organizações de direitos humanos e de altos funcionários da ONU, um dos quais enviou uma carta a Moon queixando-se de ter sido ameaçado, ele próprio e a sua família, por diplomatas israelitas em caso de inclusão do IDF na lista.
A principal preocupação israelita com a possível inclusão do IDF tem que ver com as sanções a que a mesma poderia abrir a porta. Segundo um funcionário do MNE israelita citado pelo Yedioth Aaronot, "prosseguimos os esforços para convencer o secretário-geral a não incluir Israel na lista".
E acrescentou que "há infelizmente muitas situações em que são mortas crianças em zonas de conflito e no entanto ninguém se atreve a colocá-las na lista. Sabem quantas crianças os sauditas mataram ao bombardearem o Iémen? Eu quero ver a representante argelina [Zerrougui] do secretário-geral da ONU atrever-se a incluir a Arábia Saudita na lista".
Também o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu colocou a questão da "lista negra" na agenda do seu encontro com o senador norte-americano Lindsey Graham, candidato à investidura republicana para as presidenciais de 2016, durante uma visita deste a Israel.
Graham, um tradicional apoiante de Israel, encontrou-se em tal sintonia com as preocupações israelitas que afirmou: "As Nações Unidas estão a ponderar incluir o Estado de Israel na mesma categoria do Boko Haram no que diz respeito a crimes contra crianças. Se isso alguma vez acontecer, (...) será uma vergonha que não pode passar sem resposta".
A "resposta" foi explicada sem rodeios: a ONU, a insistir na listagem de Israel ao lado de organizações terroristas, arrisca-se a um confronto com o Congresso, que poderá cortar-lhe a contribuição norte-americana. Esta, é bom lembrar, constitui um quarto de todo o orçamento da ONU.