Israel reconhece independência da Somalilândia

O presidente da autoproclamada República da Somaliândia, Cabdiraxmaan Cirro, saudou um "momento histórico", depois de Israel anunciar o reconhecimento oficial da Somalilândia.

RTP /
Hargeisa, Somália Luis Tato - AFP

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Somália, Egito, Turquia e Djibuti condenaram a decisão israelita, informou o Egito.

"Os ministros reafirmaram a sua total rejeição e condenação do reconhecimento da Somalilândia por Israel, enfatizando o seu pleno apoio à unidade, soberania e integridade territorial da Somália", declarou o Ministério dos Negócios Estrangeiros egípcio em comunicado após uma conversa telefónica entre o ministro dos Negócios Estrangeiros egípcio e os seus homólogos somali, turco e djibutiano.

Israel tornou-se o primeiro país a reconhecer esta região que se declarou independente da Somália há 34 anos.

Benjamin Netanyahu saudou a decisão.

"Este passo marca o início de uma parceria estratégica que promove interesses mútuos, fortalece a paz e a segurança regionais e traz benefícios partilhados para todas as partes interessadas, sem prejuízo para nenhuma delas", declarou no rede social X.

Com uma área equivalente à do Uruguai (175.000 km²), localizada no noroeste da Somália, a Somalilândia declarou unilateralmente a sua independência em 1991.

Desde então, opera de forma autónoma, com moeda, exército e polícia próprios, e destaca-se pela sua relativa estabilidade em comparação com a Somália, assolada pela insurgência islâmica do al-Shabaab e por conflitos políticos crónicos.

O Movimento Nacional Somali foi um dos principais movimentos insurgentes baseados em clãs responsáveis pelo colapso do governo central na Somália.

Reivindicava o território do antigo protetorado britânico da Somalilândia. O Reino Unido concedeu soberania à Somalilândia em 26 de junho de 1960.

O governo somali tem tentado suprimir a secessão. Entre as suas tentativas para evitar a independência da república, orquestrou o massacre brutal de centenas de milhares de pessoas no norte da Somália entre 1987 e 1989.
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