Israel vai "acelerar" construção do muro de separação
O ministro da Defesa israelita, Shaul Mofaz, anunciou hoje uma "aceleração" da construção da barreira de separação na Cisjordânia, face ao risco acrescido de atentados em Israel, segundo fonte governamental.
O ministro fez essa declaração durante a reunião semanal do governo, dizendo ter ordenado que sejam "acelerados os trabalhos de construção", que era previsível estarem terminados em final de 2005 mas sofreram atrasos.
Mofaz referiu ter recebido alertas relativos a "ataques terroristas" que poderiam vir a ser lançados contra alvos em Israel a partir da Cisjordânia.
Em 28 de Agosto, um palestiniano que se infiltrou a partir do sul da Cisjordânia cometeu um ataque suicida em Beersheva (sul de Israel) que causou vários feridos israelitas e em que o próprio bombista encontrou a morte.
A câmara municipal da cidade protestou vivamente contra o facto de a construção desta obra controversa não ter sido ainda completada no sul da Cisjordânia, o que segundo a edilidade teria permitido impedir o atentado.
Apresentado por Israel como uma "barreira anti-terrorista", o muro que deve estender-se a prazo por mais de 650 quilómetros é qualificado de "muro do apartheid" pelos palestinianos porque penetra na Cisjordânia e torna problemática a criação de um Estado palestiniano viável.
Num parecer formulado em 9 de Julho de 2004, o Tribunal Internacional de Justiça (CIJ) considerou ilegal a construção desta barreira e exigiu o seu desmantelamento, tal como o fez seguidamente a Assembleia-Geral da ONU, mas Israel não levou em conta estes pedidos não vinculativos.