Japão inclui ilhas Senkaku como "território nipónico" nos textos escolares
Tóquio, 28 jan (Lusa) - O Governo japonês vai rever os manuais dos professores dos ensinos básico e secundário para que descrevam como "parte integrante do território nipónico" as ilhas cuja soberania é disputada com a China e Coreia do Sul, noticiou hoje a agência Kyodo.
Os arquipélagos em questão são as ilhas Senkaku (Diaoyu em chinês), situadas no Mar da China Oriental, e as Takeshima (Dokdo em coreano), que se localizam no Mar do Japão.
As primeiras são administradas pelo Governo japonês e são também reclamadas pela China, enquanto as segundas estão sob o controlo da Coreia do Sul e são reivindicadas pelo Japão.
Os manuais vão referir que ambos os grupos de ilhas são "parte integrante do território" japonês, sublinhar que Tóquio considera "ilegal" a ocupação sul-coreana de Takeshima e explicar a a argumentação do Governo do conservador Shinzo Abe sobre os casos.
Os manuais escolares atuais instam os professores a mencionar simplesmente que existem duas posições divergentes, a japonesa e a sul-coreana (que qualifica como errónea), com respeito a Takeshima, e a não tocar no tema das Senkaku, já que a postura oficial de Tóquio é que não existe nenhuma disputa territorial em relação a estas ilhas.
A revisão dos textos é descrita como incomum, já que as modificações são aplicadas a cada 10 anos ao mesmo tempo da atualização dos planos de estudo e os textos atuais para os ensinos básico e secundário foram modificados, respetivamente, em 2008 e 2009.
Em 2008, a introdução do conceito de posições divergentes sobre Takeshima nos manuais enfureceu a Coreia do Sul, que chegou a chamar para consultas o seu embaixador em Tóquio.